quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Sem moral

Fábio Júnior tem moral para protestar? 

Formadora de opinião, a chamada grande imprensa gosta de dar ampla publicidade a fatos que não interessam à maoiria das pessoas.

Uma das grandes besteiras que ganharam ampla repercussão na imprensa foi o "protesto" feito pelo cantor Fábio Júnior na edição 2015 do "Brazilian Day", evento realizado pela Rede Globo de Televisão em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América. Na ocasião, Fábio, sob o pretexto de protestar contra a corrupção e coberto pela bandeira do Brasil, bateu forte na presidenta Dilma Rousseff.

Interessa notar que, enquanto Chico Buarque de Holanda, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Zé Geraldo, Geraldo Vandré e outros gigantes da música popular brasileira se rebelavam contra o regime militar que (des)governou o Brasil de 13 de março de 1964 até o início dos anos 80 do século passado e embalaram, com suas canções, todos os que efetivamente se opunham aos militares, Fábio Júnior se fazia de morto, não dizendo uma palavra contra aquele regime de exceção.

Aqueles artistas que não se conformavam com o regime militar se juntaram a pessoas que efetivamente lutaram contra o regime, como Leonel Brizola, Aluízio Alves, Ulisses Guimarães, Mário Covas, Luís Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff, e tantos outros. Se hoje Fábio Júnior pode dizer publicamente as lorotas que inventa de dizer, agradeça a essa turma, que pagou com a liberdade e em muitos casos até com a vida para que todos os brasileiros e brasileiras pudesse gozar hoje dos ventos da democracia.

Interessa também destacar que Fábio Júnior teve que sair do Brasil para realizar um "protesto",quando, se quisesse, há muito tempo poderia tê-lo feito aqui mesmo.

A bagunça que sempre foi a vida pessoal de Fábio Júnior, pessoa pública que nunca serviu de exemplo para ninguém, também lhe retira qualquer suporte moral para criticar o errado. Quando ele, homem público, conseguir resolver primeiro a sua vida, talvez possa lançar alguma crítica sobre alguma postura errada de quem quer que seja.

Por fim, vale lembrar que a realizadora do evento Brazilian Day, a Rede Globo de Televisão, foi herança dos militares, presente do regime da época para a família Marinho, e tem sido forte aliada de grupos conservadores de direita, com franca artilharia disparada diariamente contra qualquer governo de esquerda, como assim fez com Leonel Brizola, quando este foi governador do Rio de Janeiro, e como vem fazendo desde o primeiro governo de Lula, até agora no governo de Dilma. 

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