terça-feira, 31 de março de 2015

Do Blog de Marcos Dantas

Demóstenes Torres acusa José Agripino de receber dinheiro do "esquema goiano"
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Do Jornal de Hoje – O senador José Agripino Maia (DEM) volta ao noticiário político de maneira negativa. Depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) abrir inquérito para investigar crime de corrupção passiva contra o senador potiguar, por suposta participação no esquema de da Operação Sinal Fechado, em que é acusado de receber R$ 1 milhão em propina, Agripino agora é apontado pelo ex-senador Demóstenes Torres (ex-DEM) de ter se beneficiado financeiramente do esquema do bicheiro Carlinhos Cachoeira.
Ao escrever um artigo em que o alvo é o senador Ronaldo Caiado, líder do DEM no Senado, Demóstenes acusa Agripino e outros integrantes de sua chapa em 2010 no Rio Grande do Norte de terem se beneficiado de um “esquema goiano”, com intermediação de Caiado. “Caiado não ousou me defender, me traiu, mas, em relação a Agripino Maia, figura pouquíssimo republicana, disse que ele merece o benefício da dúvida. Poucos sabem, mas o político potiguar e seus companheiros de chapa em 2010 foram beneficiados pelo ‘esquema goiano’, com intermediação de Ronaldo Caiado”, afirmou Demóstenes.
O “esquema goiano”, segundo o ex-democrata, tem relação com o jogo do bicho, no qual o bicheiro Carlinhos Cachoeira prepondera. “Eurípedes Barsanulfo era prócer das máquinas caça-níqueis em Goiás. Ronaldo uma vez, inclusive, me pediu para interferir junto a Carlos Cachoeira para ampliar a atividade de Eurípedes no jogo ilícito. Simplesmente, disse a ele, como era verdade, que desconhecia a prática de ilicitudes por parte de Cachoeira”, conta Demóstenes no artigo.
Ainda em seu artigo, o ex-senador volta a citar Agripino, destacando que o potiguar é “dependente financeiro” do governador Marconi Perillo (PSDB). “Ronaldo Caiado, no afã de ser candidato a senador ao lado de Marconi Perillo, foi atrás de Aécio Neves e Agripino Maia (este dependente financeiro de Perillo) para que eles compusessem a chapa com coerência nacional, apesar de todo histórico de desavenças com o carcamano”, contou Demóstenes.
Procurador de Justiça, Demóstenes Torres foi cassado em julho de 2012 por quebra de decoro parlamentar. Ele foi acusado de usar o mandato para favorecer o bicheiro Carlos Cachoeira. Como resultado, ficou inelegível por oito anos. Ainda em seu artigo, ele acusa o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado, de ter sido financiado pelo contraventor Carlos Cachoeira nas campanhas que disputou à Câmara Federal nos anos de 2002, 2006 e 2010.
Segundo Demóstenes, as digitais da contravenção seriam facilmente identificadas com uma investigação nas contas de material gráfico, transporte aéreo e gastos com pessoal. As afirmações estão contidas em artigo publicado na edição desta terça-feira (31) do jornal Diário da Manhã, de Goiânia.
Fonte: Jornal de Hoje via www.marcosdantas.com

Semana Santa

Justiça fica sem expediente regular por vários dias

Em virtude da Semana Santa, órgãos do Poder Judiciário reduziram a quantidade de dias de regular expediente.

Na Justiça Federal, na Justiça do Trabalho e na Justiça Eleitoral só houve expediente até esta terça-feira, 31 de março de 2015.

Na Justiça Estadual, o expediente regular prossegue até esta quarta-feira, 1º de abril de 2015, sendo feriado nos dias 2 e 3 de abril (Quinta-feira Santa e Sexta-feira Santa, respectivamente).

No âmbito da Justiça Federal e da Justiça Estadual haverá plantões durante os dias de ausência de funcionamento regular.

Em todos os órgãos, o regular atendimento ao público voltará ao normal na segunda-feira, 6 de abril.

segunda-feira, 30 de março de 2015

Religiosidade e tradição

Cristãos católicos celebram a Semana Santa

Para os fiéis cristãos-católicos de todo o mundo, o último domingo, 29 de março, foi o dia de abertura da Semana Santa, período dedicado pela Igreja Católica à celebração e à reflexão em torno da morte e da paixão de Jesus Cristo.

No domingo, os cristãos católicos relembraram a entrada de Jesus Cristo em Jerusalém na semana da Páscoa, quando o Filho de Deus foi recebido com ramos de oliveira. Em alusão ao ato, os católicos realizaram a tradicional Procissão dos Ramos, seguida da celebração da Santa Missa.

Ao longo de toda a semana, até o Domingo da Páscoa (5 de abril), muitas serão as celebrações que referenciam os últimos dias de Jesus Cristo na terra, até a sua ressurreição.

Na Quarta-feira Santa, por exemplo, acontecerá a tradicional Procissão do Encontro, que retrata o encontro de Jesus Cristo com sua mãe Maria.

Na Quinta-feira Santa acontecerá a celebração do Lava-pés, que relembra o ato de Jesus Cristo, em gesto de grandiosa humildade, de lavar os pés dos seus discípulos.

Nesse dia também é comum que jovens de várias paróquias façam a encenação da Paixão e Morte de Jesus Cristo, seguindo-se à risca o roteiro registrado na Bíblia Sagrada.

A Sexta-feira Santa é o dia dedicado à reflexão em torno da morte de Jesus Cristo, levado a julgamento por Pilatos por pura inveja dos sumos sacerdotes, que temiam perder o poder religioso que exerciam sobre os judeus da época. Condenado, Jesus foi morto e crucificado no monte Gólgota, expressão hebraica que significa Calvário.

No sábado, os cristãos-católicos celebrarão a ressurreição de Jesus Cristo.

No domingo, os fiéis celebrarão a Páscoa, assim como faziam os judeus há mais de dois mil anos.

Um dos costumes católicos é o jejum de alimentos praticado por muitos fiéis, realizado como forma de compartilhamento da dor sofrida por Jesus em seus últimos momentos de vida terrena na forma de homem.

Na celebração do Domingo de Ramos na Igreja Matriz de Nossa Senhora das Dores, em Patu, no último domingo, o pároco padre Américo Leite chamou a atenção dos cristãos-católicos para a importância da Semana Santa, exaltando que "Semana Santa não é feriado, é tempo de reflexão".

Nesse período, é comum que muitas pessoas que moram distante de seus Municípios de origem a ele retornem, para rever familiares e amigos e celebrarem, juntos, esse período tão importante para a Igreja Católica.

terça-feira, 24 de março de 2015

Em busca do respeito!

Em Conferência Nacional, OAB emite nota de desagravo a advogada

Porto Seguro (BA) – Na última sexta-feira, 20 de março, durante a I Conferência Nacional do Jovem Advogado, realizada em Porto Seguro, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB, a Seccional da OAB da Bahia (OAB-BA) e a Subseção da OAB de Porto Seguro desagravaram publicamente a advogada Inahani Santos Confolonieri, ofendida no exercício profissional pela juíza titular da Vara do Trabalho de Porto Seguro.

O vice-presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia, classificou o ato de desagravo como um dos momentos mais lindos da profissão do advogado. “Inahani, estou com a voz embargada porque você nos deu, mesmo ainda jovem, um grande exemplo de respeito para com a nossa profissão. Quem desrespeita um advogado, não desrespeita somente os 850 mil integrantes da classe, mas desrespeita a democracia e a cidadania”, apontou o dirigente.

“Quem atenta contra a independência e a liberdade do advogado, atenta contra o próprio Estado Democrático de Direito”, continuou Cláudio Lamachia, que ainda disse: “A maturidade de uma democracia se explica pelo respeito das autoridades às normas constitucionais. O agente público deve agir sempre em nome do cidadão, pelo cidadão e em respeito ao cidadão, jamais confundindo autoridade com autoritarismo”.

Luiz Viana, presidente da seccional da OAB na Bahia, usou uma metáfora para simbolizar a luta pela valorização do advogado: “Juntos enfrentamos as onças, mas sozinhos viramos comida delas”. O conselheiro federal pela OAB-BA, Maurício Santos, que preside a Comissão de Prerrogativas da Seccional baiana, leu o ato de desagravo à advogada e lembrou que faltou urbanidade e civilidade por parte da magistrada da Justiça do Trabalho.

Bastante emocionada, a advogada Inahani agradeceu à Ordem pela postura. “Meu sincero ‘obrigada’ ao presidente de minha subseção, José Arruda, porque se mostrou um profissional de palavra e jamais me abandonou. Ao Luiz Viana e ao Fabrício Oliveira, por igual, bem como o Conselho Federal da OAB, pela unanimidade no reconhecimento. Se for pra tomar partido, tomo por parte dos 850 mil guerreiros que somos. Nasci advogada e muito me orgulho desta profissão”, disse a advogada após o desagravo.

Infelizmente, fatos como esse vez por outra acontecem, esquecendo os ofensores da advocacia o está expresso no artigo 133 da Constituição Federal, segundo o qual o advogado é indispensável à administração da Justiça.

No tripé juiz, representante do Ministério Público e advogado, não há hierarquia.

Com informações da OAB (www.oab.org.br)

domingo, 22 de março de 2015

Oeste do RN

Prédio do Fórum Eleitoral de Janduís poderá ficar sem uso


No dia 27 de agosto de 2010, foi inaugurada em Janduís a nova sede da 58ª Zona Eleitoral do Rio Grande do Norte. O novo Fórum Eleitoral, que recebeu o nome de "Procurador William Ubirajara", foi construído pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte - TRE/RN em terreno que foi doado pela Prefeitura de Janduís.

Na época, fizeram-se presente à solenidade de inauguração o então presidente do TRE/RN, desembargador Expedito Ferreira de Souza, o juiz eleitoral da Zona, Cláudio Mendes Júnior, o prefeito janduiense de então, médico Salomão Gurgel Pinheiro (PT), familiares do homenageado com a denominação do Fórum e várias autoridades.

O prédio, localizado na Avenida Santa Terezinha, nº 120, Bairro Onézimo Fernandes Maia, é moderno e bastante amplo.

O problema é que, num futuro breve, esse prédio ficará sem destinação e muito dinheiro público aplicado na sua construção poderá ter sido em vão.

É que, como sabido, o Tribunal Regional Eleitoral potiguar, cumprindo determinação do Conselho Nacional de Justiça - CNJ, iniciou um processo de rezoneamento eleitoral (clique aqui), que atringe em cheio a 58ª Zona Eleitoral do Rio Grande do Norte, sediada em Janduís (clique aqui).

Em razão do rezoneamento eleitoral já em curso, o Município de Janduís e seus eleitores integrarão a 37ª Zona Eleitoral do Rio Grande do Norte, que tem sede em Patu e da qual constam também os eleitores de Messias Targino.

Com isso, o imóvel que atualmente sedia a Zona Eleitoral de Janduís ficará, ao menos a princípio, sem uma destinação específica.

Até agora não se tem notícia, ao menos publicamente, de ter havido algum pedido por parte de qualquer outro órgão público para uso do referido imóvel.

Direito e Cidadania

Redes sociais potencializam a divulgação de falsas informações e de difamação
O aumento do acesso à internet e o natural desenvolvimento das mídias sociais, que agora podem ser acessadas através de smartphones e até mesmo de relógios, viabilizou um gigantesco processo de inserção social à tecnologia. O uso indevido destas mídias, porém, viabilizou que "boataria", com divulgação de informações inverídicas e até mesmo a difamação se potencializassem de forma nunca antes vista.
Um bom exemplo deste novo quadro foram os recentes acontecimentos registrados no Rio Grande do Norte, onde a crise na segurança pública do Estado ganhou proporções muito maiores do que já eram, devido à propagação de uma série de informações inverídicas e desconexas, que geraram pânico na população. 
A estudante de Zootecnia da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), Mariana Ribeiro, foi uma das vítimas do compartilhamento viral de informações. Ela explica que este tipo de atitude pode parecer divertida para quem viraliza, mas é muito assustadora para as pessoas que são diretamente influenciadas.
"Eu sou estudante, portanto ando muito nas imediações da Ufersa. Quando as informações sobre uma suposta invasão das universidades começou a ser compartilhada nas redes sociais,eu fiquei muito preocupada, achei que realmente aconteceria um atentado. Depois, fui percebendo que as informações estavam desencontradas e que não tinham muito fundamento", narrou.
A especialista e pesquisadora na área de redes sociais, Izaíra Thalita, explica que a forma de comunicar foi se alterando com o passar dos anos. De acordo com ela, a boataria tem ganhado cada vez mais espaço porque as pessoas buscam atenção e credibilidade através da internet, e a corrida incessante pelo "furo jornalístico", faz com que informações inverídicas se viralizem.
"Boatos são coisas sérias, e no mundo virtual infelizmente o que chama mais a atenção é o que é mais bombástico independente de ser verídico ou não. Conter isso é muito difícil, pois o 'contraboato', ou a tentativa de se desmentir uma informação inverídica que se viraliza, nunca vai ter a mesma força e o mesmo alcance", explicou a especialista.
Izaíra, que também é assessora do Partage Shopping, comenta que o estabelecimento foi uma das vítimas da onda de boataria que se alastrou por Mossoró durante a crise do sistema penitenciário. Ele afirma que durante as rebeliões a presídios foi divulgada a informação inverídica de que criminosos planejavam invadir o shopping para cometer uma série de crimes.
"A falsa informação seria muito prejudicial às lojas do shopping, se não fosse desmentida imediatamente nas redes sociais. A assessoria saiu em campo, nos grupos e chats onde a notícia era divulgada e prontamente começamos a informar que não era verdade o que estava sendo divulgado. As consequências de uma atitude irresponsável nos deram muito trabalho", explicou.
Especialistas discutem o uso das redes sociais para "boataria"
A boataria e suas consequências sociais têm sido cada vez mais analisadas e estudadas por especialistas. Os recentes acontecimentos envolvendo informações inverídicas só reaqueceram os debates acerca dos limites da rede.
O psicólogo João Valério Alves comenta que a internet é um importante veículo para troca de informações, mas que a falta de limites da sociedade em seu uso tem provocado o que ele chama de ''sintomas da contemporaneidade'', ou mudanças de comportamento que só podem ser observadas neste atual cenário. Para ele, o mundo hoje vive uma era totalmente conectada, realidade que começou a não mais do que três anos, e factoides e inverdades fazem parte da mudança que está acontecendo.
"A internet e as redes sociais oferecem o anonimato, que é uma importante ferramenta para que deseja viralizar inverdades, difamações ou crimes, tudo isso faz parte de um novo contexto, visto na contemporaneidade. Certamente temos pessoas que se divertem, que sentem prazer em divulgar mentiras, não temos como afirmar se isso é um quadro de psicopatia ou se outra disfunção psicossocial, mas podemos afirma que a grande parte das pessoas só divulga ou repassa boatos na intenção de chamar a atenção, de ser percebida em uma realidade tão fria que é a da internet", comentou.
Texto: Redação do Jornal O Mossoroense
Fonte: www.omossoroense.com.br

Política

Entenda por que o "Fora corruPTos" não ajuda o País
Lino Bocchini
Na avenida Paulista não haviam faixas ou cartazes contra o PP ou o PMDB, partidos líderes em número de parlamentares na já famosa lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Tampouco alguém foi às ruas reclamar do governo Geraldo Alckmin (PSDB) por conta do cartel do metrô ou docaso Alstom, mesmo com o atraso colossal das obras do metrô paulista. Nenhum organizador ou manifestante entrevistado pela imprensa criticou as empreiteiras, corruptoras maiores deste País e cujos presidentes foram presos na Operação Lava Jato. Sobre o caso HSBC, a mais nova evidência da lavanderia suíça de dinheiro, também nenhuma palavra, apesar das centenas de figurões brasileiros envolvidos.
Os focos dos atos do domingo 15 de março em todo País foram exclusivamente o PT, Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula. A pauta central na avenida Paulista, em Copacabana, na Esplanada dos Ministérios ou nos demais locais onde houve aglomerações foi a derrubada da presidenta. A divergência era quanto ao método – uns preferiam o impeachment, outros a intervenção militar. E todos alegam, contudo, tratar-se de um ato apartidário e contra a corrupção.
Não, caro leitor. Este não é mais um texto para justificar a "roubalheira do PT", apontando os erros semelhantes cometidos pelos demais partidos. É uma modesta contribuição para um debate menos agressivo e simplista.
Falemos do "Fora CorruPTos" e dos gritos "Fora Dilma" e "Fora PT".
Desculpem-me, mas apenas com ingenuidade ou má-fé é possível acreditar em uma solução mágica. Tiramos a Dilma, o peemedebista Michel Temer vira presidente e tudo estará resolvido? Ou impede-se a chapa toda, caem Dilma e Temer e assume o Eduardo Cunha, aquele que nesta quarta-feiraderrubou o ministro da Educação em poucas horas por ele ter dito umas verdades. Desta forma estará moralizado o governo?
Obviamente não. Haverá, isso sim, uma piora da situação atual: ficará aberto o caminho para que os demais políticos corruptos sigam fazendo o que bem entenderem, sem o ônus de serem do PT. Os manifestantes do dia 15 pensarão: “pronto, derrubamos a Dilma, agora acabou a corrupção no Brasil”. E outras legendas fisiológicas, tão ou mais interessadas no poder e no dinheiro do que o Partido dos Trabalhadores, seguirão mandando na nação.
Vale outro lembrete: em nenhuma hipótese prevista na Constituição o presidente empossado será Aécio Neves. Para chegar ao Planalto o senador do PSDB precisará ser eleito pela maioria da população em 2018, o que não aconteceu em 2014.
Um combate real à corrupção no Brasil é muito mais complicado e demorado do que os memes dos revoltados on-line e MBLs da vida “ensinam”. Exige debate sério e engajamento diário de toda a população em assuntos considerados chatos, como uma profunda reforma política.
Aliás, mesmo a reforma política não é necessariamente a solução. Nada mais é do que um conjunto de leis acerca do sistema político-eleitoral. Pode ser um bom conjunto ou não. E uma mesma proposta, como o fim da reeleição ou a unificação do calendário eleitoral, pode ter um lado bom e um lado ruim, dependendo da leitura que se faça. De novo, é preciso se informar com cuidado e rejeitar simplificações.
É trabalhoso, mas para progredir vamos precisar todos lermos mais, conversarmos mais, nos informarmos mais, desconfiarmos mais. E sempre pautados pelo bom senso, e não pela raiva.
Se a simples retirada de Dilma resolvesse os problemas nacionais ou ao menos a corrupção, eu estaria na rua gritando pela sua derrubada. Mas, como em todos os aspectos da nossa vida, na política as promessas mirabolantes também não são verdadeiras. Acreditar na derrubada de Dilma como o fim dos problemas no Brasil é como acreditar naquele cartaz que promete “trazer a pessoa amada em sete dias”. Abra o olho.
Fonte: www.cartacapital.com.br

segunda-feira, 16 de março de 2015

Prosa & Verso

Mais democracia e menos corrupção

Crispiniano Neto

A concentração das imagens na Avenida Paulista durante cerca de uma hora em que fiquei em frente à TV me deram a certeza de que não se trata de um movimento pequeno. O governo Dilma e o PT devem levar em conta o que está acontecendo. Inclusive, ouvindo as críticas internas, que não são poucas e que exigem que o governo penda cada vez mais para a esquerda, pois a direita, já se viu que não tem como agradar. Ela quer  golpe, quer ditadura, quer sangue. Os ministros falaram em reforma política e combate à corrupção. Infelizmente, não contarão com os manifestantes de ontem, mas só dos da última sexta-feira, 13, contra a corrupção e pela reforma política que, se for feita de maneira correta, aprovando-se mudanças profundas, com certeza será um dos melhores caminhos para garrotear a sangria da corrupção que grassa e desgraça o País. Não contará porque há uma parcela dos manifestantes, parcela não tão grande, porém bem mais barulhenta e que por isso aparece mais, que não quer saber de democracia nem de ética. Quer ditadura e, como se sabe, em ditadura não há controle para a corrupção nem para ética, porque não existe liberdade de fiscalizar nem de denunciar, muito menos para julgar e condenar corruptos sentados no trono do poder absoluto. Como dizia Lord Acton: “O poder tende a corromper. E o poder absoluto corrompe absolutamente”. Não se viu um cartaz pedindo punição aos corruptos da Lista de Furnas, onde está Aécio Neves, nem a Operação Judas que pegou Zé Agripino, tampouco para os corruptos do Tremsalão, onde se encontram os tucanos que governam São Paulo e roubaram bilhões do metrô ao longo de 16 anos. Nenhuma frase sobre os 6.776 corruptos que esconderam bilhões e mais bilhões no HSBC na Suíça, com destaque para tucanos da época das privatizações de FHC. Inegavelmente, foi um grande movimento. Bem menor do que querem fazer parecer, mas sem sombra de dúvidas, um grande protesto. É bem verdade que é preciso entender o que tem por trás dele, quem o financia, o que moveu a maioria dos que ali estavam. Nada disto, porém, não desqualifica o movimento. O que o desqualifica é a seletividade da corrupção, como se aos tucanos e “demos” fosse dado constitucional e eticamente o direito de dilapidar os cofres públicos, é o pedido estúpido de intervenção militar e o pedido de impeachment que nem Ayres Brito, o ex-ministro do STF, de extrema direita e antipetista empedernido teve a cara de pau de defender, fazendo um pronunciamento profundamente lúcido ontem no Bom Dia Brasil.

Vaias estrondosas
Saíram de suas casas, crentes que iriam ter seu dia de heróis. Jair Bolsonaro, o capitão da extrema direita, nazista raivoso, odioso, odiento, homofóbico, “negrofóbico”, “esquerdofóbico”, esperava ser carregado nos braços do povo, como “salvador da Pátria”. Tomou uma tremenda vaia. Paulinho da Força,  o Joaquim Silvério dos Reis do Movimento Sindical, esperava também ser ovacionado, glorificado, ornado com uma coroa de louros, porque é contra Dilma... Os dois foram estrondosamente vaiados. O que prova que nem todo mundo que ali estava é a favor da estupidez. Temos que reconhecer que também há inteligência fora da esquerda e que, mesmo os que querem tirar Dilma do trono, não querem políticos que são contra Dilma e o PT.

Da “zelite”, sim
Por mais que ontem, comentaristas de TV tenham tentado convencer de que o movimento anti-Dilma e anti-PT não é mais apenas da elite, a realidade mostra exatamente isto. Fiquei atento ontem pela manhã às imagens das manifestações em todas as cidades brasileiras que receberam cobertura da Rede Globo. Não vi negro em nenhum deles, não vi gente com cara de quem mora nas periferias, de quem iria pegar marmita ontem às cinco da manhã para ir labutar no chão da fábrica, ninguém ali tinha cara de “sem terra”, de “sem teto”, de desempregado. Já os panelaços que se deu quando os ministros falavam, foram todos em prédios, onde só mora classe média alta. Gente chique. Ao que parece nenhuma daquelas dondocas que batiam panelas, jamais sentiu quentura de boca de fogão no pé da barriga. Panelas sem amassaduras, coisa de gente que come em restaurante de luxo.

Pacífico, mas nem tanto
Outra falácia é a das marchas pacíficas. Foram presos manifestantes com rojões, houve confronto com a PM em Brasília, houve agressão a um idoso em um das marchas do Brasil e um casal que defendia o governo Dilma em Nova York foi agredido pelos manifestantes. Queimaram coletivos em BH e atearam fogo à sede do PT em Jundiaí, lembrando os nazistas que adoravam queimar, como o fizeram com livros, com judeus e com o Reichstag, sede do parlamento alemão.

Fonte: www.crispinianoneto.blogspot.com.br

Novo Código de Processo Civil

Novo código significa mais justiça para todos, num País menos desigual e mais exigente, afirma Dilma
A presidenta Dilma Rousseff afirmou, nesta segunda-feira (16), que o Brasil aprendeu, com os grandes juristas, que Justiça boa é Justiça rápida e efetiva. A Justiça, disse, perde seu sentido e essência tanto quando é apressada e negligente com o amplo direito de defesa quanto quando é lenta e demorada. As declarações foram feitas na sanção do novo Código de Processo Civil Cidadão, no Palácio do Planalto. O texto vai substituir a lei 5.869/1973, que estava em vigor há 42 anos.
Dilma destacou que as mudanças nos processos judiciais são importantes porque afetam diretamente a a vida da maioria dos brasileiros. Uma das mudanças, para agilizar a tramitação dos processos de natureza civil, foi a redução do número de recursos possíveis durante o processo. Mas sem prejudicar a ampla defesa das partes envolvidas. Dentro desse espírito, disse a presidenta, o novo código valoriza, como nunca, a conciliação, a busca do entendimento, o esforço pelo consenso como forma de resolver naturalmente litígios.
Assim, além da agilidade, incentiva-se a redução do formalismo jurídico. Democratiza-se o acesso à Justiça, ao ampliar e facilitar a gratuidade ou o parcelamento das despesas judiciais. E busca-se diminuir a natural inibição da busca da Justiça por parte de quem antes, sem recursos, desistiam de pleitear seus direitos por não ter como pagar as custas de um processo. Com este mesmo objetivo, o código prestigia a defensoria pública, relevante e decisiva no atendimento aos mais pobres e também na defesa dos direitos coletivos.
“Mais Justiça para todos, num País que vem se tornando mais justo e menos desigual para todo mundo, é algo essencial. Este novo código se identifica com as demandas de um novo País, que passou a ter, nas últimas décadas, um povo mais exigente. Mais ciente de seus direitos, com autoestima elevada e com acesso a direitos e a atividades que por muito tempo foram negados ou desconsiderados”, lembrou.
Outras inovações do novo código são o julgamento de causas por ordem cronológica; a audiência de conciliação no início do processo para tentar um acordo e evitar abertura de ação judicial; a cobrança de multa para quem entrar com muitos recursos seguidos; e a determinação de que decisões de tribunais superiores devem orientar casos semelhantes.
Além disso, apenas em hipóteses excepcionais serão aceitos os chamados agravos de instrumento, que devem ser substituídos pelo recurso de apelação no final do processo. Atualmente, apenas as súmulas vinculantes do Supremo Tribunal Federal (STF) devem ser seguidas pelos outros tribunais. Agora, os juízes e tribunais terão de seguir decisões do plenário do Supremo, em caso de matéria constitucional e do Superior Tribunal de Justiça (STJ) em outros temas.
A presidenta explicou as novas regras: “Em nome da agilidade, da horizontalidade das decisões e da democratização do acesso à Justiça, o novo código adota dois procedimentos que serão muito úteis e que devem ser destacados. (…) A possibilidade dos tribunais darem a mesma resposta para demandas que tratem da mesma questão jurídica, permitindo que causas devidamente semelhantes tenham a mesma solução de forma mais célere. E o fortalecimento da jurisprudência, que também vai na mesma direção, para que as decisões tomadas tenham seus efeitos naturalmente acolhidos em processos idênticos em outros tribunais do País”.
Para Dilma, as mudanças aprimoram as instituições. “Ganha o Judiciário, em eficiência e imagem. Ganha sobretudo o Brasil, que se enriquece como Nação democrática, à medida que nosso povo se convencer que pode contar com a Justiça como instância constitucional realmente disponível a todos”, enfatizou.
O Código de Processo Civil (CPC) é um conjunto de normas que define os prazos de tramitação de processos comuns na Justiça, além dos tipos de recursos possíveis, competências e formas de tramitação. No Brasil também vigora o Código Civil, de 2002, que trata de questões ligadas a família, como guarda de filhos, divórcio, testamentos, além do Código de Processo Penal, de 1941, que trata apenas do julgamento de crimes.
“O texto chega em muito boa hora, veio substituir um código que tinha mais de 40 anos, daí a importância do desafio que foi respondido. Os textos anteriores eram produzidos durante um período de exceção. E, portanto, não tinham uma ampla discussão como este tem agora, e vinha sendo sucessivamente modificado. Agora, enfim, nós incorporamos ao Processo Civil os princípios contidos na Constituição de 1988. O novo Código contribui, assim, decisivamente, para a consolidação do Estado Democrático de Direito”, finalizou.
Fonte: www2.blog.planalto.gov.br

sábado, 14 de março de 2015

Opinião

As reais questões de fundo

Alcimar Antônio de Souza

Neste domingo, anuncia-se uma grande “mobilização popular” contra o governo da presidente Dilma Roussef, sob o argumento de que ela deve sofrer impedimento, que seu governo é corrupto, etc. etc. etc. Eleitores de Aécio Neves, do PSDB, e de Marina Silva, do PSB (até quando?), que se sentem derrotados nas últimas eleições, certamente serão a totalidade ou a quase totalidade dos “manifestantes”.

Num País que viveu por décadas debaixo da chibata e da tortura impostas por governos militares; que tanto lutou pela redemocratização; que viu filhos seus serem exilados no exterior por suas posições políticas; que até hoje sofre com os efeitos colaterais do “milagre econômico”, finalmente chegamos a um estágio em que se permite, sem repressão, manifestações pacíficas.

Num País que já teve os escândalos do próprio “milagre econômico”, dos militares; dos “Anões do Orçamento”; da aquisição de votos para a prorrogação do mandato de presidente de José Sarney (PMDB); do grande número de concessões para a instalação de emissoras de rádio e televisão para políticos quando foi preciso emendar a Constituição Federal a fim de se garantir o projeto de reeleição de Fernando Henrique Cardoso (PSDB); do “Trensalão” de São Paulo, iniciado ainda no governo de Mário Covas, passando por José Serra e Geraldo Alckmin, todos do PSDB; da “Privataria Tucana”, de Fernando Henrique Cardoso; do caso SIVAM, também do governo de FHC (PSDB); do afundamento, no mar, da Plataforma P-36, também no governo de FHC (PSDB); do famoso “Rabo de Palha”, do então governador do Rio Grande do Norte e hoje Senador da República José Agripino Maia (ex-Arena, PDS, PFL e agora DEM); da acusação de propina de mais de um milhão de reais supostamente paga a José Agripino Maia (DEM), ainda recentemente; do aeroporto que Aécio Neves (PSDB), enquanto governador de Minas Gerais, construiu em terreno de parentes seus e lhes deu as chaves, como se o aeroporto fosse particular e não público; do “Mensalão do PSDB mineiro”, que recebeu tratamento diferenciado do “Mensalão do PT” e caminha para a impunidade absoluta; do “Mensalão do DEM do Distrito Federal”, que tirou José Arruda (DEM), ex-governador do Distrito Federal, da vida pública; e de vários outros escândalos, querem agora fechar os olhos para tudo isso e, alicerçados numa falsa moral e numa hipocrisia tremenda, pretendem tirar do poder quem a ele foi conduzido pela maioria do povo brasileiro.

A imputação de corrupção na Petrobrás, que vem desde os tempos de Fernando Henrique Cardoso, serve de combustão – sem trocadilhos – a uma grande parte da parcela mais abastada economicamente da sociedade brasileira para ir às ruas contra uma presidente que, muito mais que eleita pela vontade popular, está entre as pessoas que mais lutaram contra a tirania do regime militar, que, a propósito, tinha defensores do naipe do senador José Agripino Maia (DEM), do falecido senador Antônio Carlos Magalhães (DEM) e do ex-vice presidente da República Marco Maciel (ex-Arena, PDS, PFL e DEM), que foi companheiro de chapa e de governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Porém, na verdade, o que incomoda mesmo a uma significativa parcela de poderosos pelo mundo afora é a descoberta de petróleo na camada pré-sal brasileira. Em várias partes do mundo, há países que só têm como fonte de riqueza a extração do petróleo e seus derivados. Outros, como os Estados Unidos da América, são mais dependentes do petróleo que a maioria do restante do mundo. Nos EUA, por exemplo, cerca de vinte e cinco por cento do petróleo produzido no mundo é ali consumido, diariamente.

A real possibilidade de o Brasil se tornar o maior magnata do petróleo incomoda muita gente, aqui e lá fora. Isso recolocará o Brasil noutro patamar de visibilidade no cenário mundial e o fará protagonista, jamais mero coadjuvante, nas questões econômicas e, por consequência, noutras questões internacionais. E isso não é admitido pelos poderosos ligados à atividade petrolífera nem por governantes de países ricos.

Internamente, a correta distribuição das riquezas do petróleo do pré-sal, com maior investimento em educação e noutras áreas sociais, pode significar o declínio por completo da direita brasileira (até lá, o DEM provavelmente já terá deixado de existir, pois José Agripino Maia caminha para fechar a sua legenda), pois essa ação será fruto do trabalho de governos democráticos e populares.

Contra tudo isso, mas sem saberem de tudo isso, muitos irão às ruas. Sem saberem, estarão empunhando bandeiras que nem imaginam. Mais uma vez serão usados, como se deu durante o Brasil Império, quando a Inglaterra, potência industrial da época, temia a concorrência da indústria do Paraguai, que era uma realidade. Alguns trocados e alguns favores para Brasil, Argentina e Uruguai levaram esses três países a declararem uma guerra – sem outro motivo real, embora a História oficial conte diferente – contra o Paraguai, que ficou devastado e teve destruído o seu parque industrial.

Pegando carona no argumento de combate à corrupção, o PSDB de Aécio Neves e Fernando Henrique Cardoso e seus aliados estimulam os “protestos”, querendo inventar um terceiro turno das eleições presidenciais, que constitucionalmente só tem no máximo dois turnos.

Também fecham os olhos, políticos e “manifestantes”, para a dura realidade econômica que vive o mundo. O poderoso Estados Unidos da América somente agora dá sinais de revitalização na sua economia. Na Europa, a Grécia e Portugal estão literalmente quebrados em suas economias. Outros países europeus, como a Espanha, também passam por anos seguidos de recessão, desemprego e fragilidade na economia. O Brasil não ficaria eternamente imune a esses eventos econômicos devastadores.

Mas, os homens e mulheres da direita não querem saber disso, e o momento é de tirar proveitos eleitoreiros do difícil momento econômico brasileiro, que apesar de tudo ainda anda longe de ser a bancarrota que se vê em muitos países da Europa.

Devidamente aparelhada por seus porta-vozes, tipo Rede Globo de Televisão e outros veículos que lhe servem diariamente, a direita brasileira prega o ódio, a divisão, a fragmentação do corpo social, como se houvesse a necessidade e a possibilidade de se ter dois “Brasis”.

O cenário político da América Latina também preocupa os conservadores daqui e de fora. Pelo voto, políticos de esquerda foram eleitos e empossados presidentes de várias Repúblicas latino-americanas. Se não foi possível manter por mais tempo as negras ditaduras militares que (des)governaram quase toda a América Latina pela maior parte da segunda metade do século passado, a tentativa agora é fragilizar esses governos populares, pois eles atrapalham o projeto neoliberal de países como Estados Unidos da América – principal apoiador das ditaduras militares de um passado recente nessa parte da América -, projeto esse que tem por aqui seus representantes.

Então, por tudo isso, a hora é de estimular o povo a sair às ruas. Todos, porém, não vão inconscientes. Grande parte deles tem mesmo ojeriza a pobres e à realidade de melhoria de vida para os mais necessitados.

Outros, que não suportam um empurrão de soldado de polícia, bradam irracionalmente que desejam a volta do regime militar. Nunca viveram esse terror, e em dois tempos de sua instalação estariam arrependidos de o terem defendido.


De qualquer forma, viva a democracia brasileira! Mas, por favor, não a queiram destruir!

Direito e Cidadania

Ministra do STF diz que juízes precisam sair da zona de conforto e ir até cidadãos

Flávia Villela - Repórter da Agência Brasil

A ministra do Supremo Tribunal Federal Cármen Lúcia defendeu a transformação do Judiciário que, segundo ela, precisa se reinventar para atender de forma adequada à população brasileira. Em discurso hoje (13), durante o encerramento da Campanha Justiça pela Paz em Casa, no Rio de Janeiro, ela defendeu mais criatividade e mudança de postura por parte dos juízes para diminuir o déficit que a Justiça tem com o cidadão.

“Precisamos transformar o Poder Judiciário, que está muito aquém do que o cidadão brasileiro nos exige. Porque o mundo se transformou, o Brasil se transformou. Cabe a nós sairmos da zona de conforto e da mesmice e também nos transformarmos. E uma das providências é a que foi adotada em grande parte do Brasil com a Justiça Itinerante, irmos onde o cidadão está”, disse a ministra, ao ressaltar que muitas mulheres não denunciam a violência porque não têm nem condições financeiras de pagar o transporte para ir até uma delegacia de polícia ou órgão de apoio.

A magistrada destacou mais de uma vez que a solução dos problemas do Poder Judiciário não está em uma reforma, mas na mudança de postura por parte dos juízes. A campanha desta semana, segundo ela, é um exemplo dessa mudança, em que mutirões de juízes deram celeridade ao andamento de processos de violência contra a mulher. “Demos um recado à sociedade de que não somos autistas que não sabemos o que se passa. Sabemos sim, até porque a violência está na porta de todos nós.”

Cármen Lúcia disse ainda que a demora nos processos é o mal mais urgente a ser enfrentado pela magistratura brasileira. “A morosidade só existe porque tem gente ganhando com ela. A Justiça que tarda, falha. Quando se mata uma mulher dentro de casa e um filho de 7 anos vê este assassinato, um júri que acontece 12 anos depois não faz justiça. Cumpre-se a lei, mas não se faz justiça”, comparou. “Esta Justiça talvez servisse ao século 18. É preciso que deixemos de ser uma Justiça meramente aplicadora da lei para nos tornarmos uma Justiça restaurativa da paz na sociedade.”

Para a ministra do STF, a campanha Justiça pela Paz em Casa, que terminou nesta sexta-feira, é um ensaio para experimentar novas formas de juízes de todos os estados atuarem em conjunto. “A federação chegou para o Executivo e o Legislativo, mas não chegou para o Judiciário. É preciso que os tribunais de Justiça assumam que são órgãos de cúpula de um ente federado. Esta, talvez, será a maior transformação do Judiciário brasileiro. Temos que pensar o Judiciário com a comunidade jurídica como um todo, agir juntos para dar respostas ao Brasil. Somos servidores públicos e não fazemos mais do que nossa obrigação de darmos essas respostas."

Fonte: www.ocarinhadanet.blogspot.com.braluguel em santos

domingo, 8 de março de 2015

Direito e Cidadania

Assassinato de mulheres será crime hediondo

No Dia Internacional da Mulher, a presidente da República, Dilma Rousseff, anunciou que sancionará nesta segunda-feira, 9 de março, em cerimônia especial no Palácio do Planalto, a lei que tipifica o feminicídio como crime no Brasil.

O Projeto de Lei nº 8305/2014 foi aprovado na terça-feira passada em votação na Câmara dos Deputados, após ter vindo de análise pelo Senado Federal, e entrará em vigor assim que a chefe de Estado o sancionar.

A nova lei modificará o Código Penal para introduzir um novo crime e também reformará a Lei nº 11.340/2006, a chamada Lei Maria da Penha, destinada a combater a violência doméstica e de gênero que entrou em vigor em 2006.

A classificação do feminicídio como "crime hediondo" impede que os acusados presos em situação de flagrante delito sejam postos em liberdade libertados após o pagamento de fiança, estipula que a morte de mulheres por motivos de gênero seja um agravante do homicídio e aumenta as penas às quais podem ser condenados os responsáveis, que poderão variar de doze a trinta anos.

A representante da ONG "Mulheres no Brasil", Nadine Gasman, disse em comunicado que espera que a iniciativa permita a redução do "perverso panorama de 5.000 mulheres assassinadas anualmente no Brasil".

A Organização das Nações Unidas - ONU considera como feminicídio a morte de uma mulher por um agressor com o qual tem relação ou por violência sexual, assim como sua tortura, sua mutilação ou sua desfiguração.

O Palácio do Planalto também divulgou hoje um vídeo comemorativo do Dia Internacional da Mulher com mensagens das cinco mulheres que compõem o gabinete da presidente  Dilma.

As ministras Eleonora Menicucci (Políticas para as Mulheres), Tereza Campello (Desenvolvimento Social e Combate à Fome), Nilma Lino (Igualdade Racial), Izabella Teixeira (Meio Ambiente) e Ideli Salvatti (Direitos Humanos) destacaram o papel da mulher no Brasil como principal fator para o desenvolvimento com inclusão dos mais pobres.

sábado, 7 de março de 2015

Do Blog de Marcos Dantas

Paulo Targino reúne políticos, familiares e amigos em seu aniversário no Cangaíra
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O agropecuarista Paulo de Freitas Targino reuniu amigos e familiares na tarde deste sábado (07) para celebrar seu aniversário. Paulo e Dona Socorro recepcionaram filhos, genros, netos, sobrinhos e políticos como a ex-governadora Rosalba Ciarlini e seu esposo Carlos Augusto, o ex-deputado federal João Maia, além da deputada federal Zenaide Maia e outras lideranças políticas da região.
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Liderança política expressiva na região do Oeste, Paulo Targino é filho do fundador da cidade que leva o nome do pai, Messias Targino. Apesar de nunca ter demonstrado interesse por ocupar mandatos políticos, participou ativamente das campanhas e viu a prefeitura da cidade sendo administrada pela sua esposa Socorro Targino, sua filha Shirley Targino e agora recentemente seu neto Arthur Targino.
O local para celebrar seu aniversário com os amigos não poderia ter sido outro, senão a Fazenda Cangaíra, conhecida por abrigar uma das maiores criações de mocós, e por ter um dos maiores reservatórios de iniciativa privada do Nordeste, que são aqueles não construídos nem administrados pelo Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS).
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Texto e fotos: www.marcosdantas.com

Reestreia no rádio

Audery Fernandes volta a comandar programa de rádio

Graduado em Comunicação Social, com habilitação em jornalismo, pela Universidade do Estado da Paraíba - UEPB, Audery Fernandes de Souza teve passagens pela Rádio Sociedade A.M. e pela Rádio Borborema A.M, ambas de Campina Grande.

Retornando a Patu há quase dez anos, Audery Fernades preferiu trabalhar no assessoramento em licitações e contratos públicos.

Mais recentemente, passou a exercer também, interinamente, a função de Secretário de Saúde do Município de Messias Targino.

Porém agora resolveu voltar também à sua origem profissional, e voltou a comandar um programa radiofônico.

A reestreia no rádio aconteceu em Patu neste sábado, 7 de março, no programa "Comunicação Alternativa", na Rádio Comunitária Educadora Patuense (87,9 MHZ).

O programa será apresentado semanalmente, todos os sábados, das 11 horas ao meio dia, e terá uma pauta bastante diversificada, com entrevistas, informações, prestação de serviços e música.

Neste sábado, Audery fez homenagem ao Dia Internacional da Mulher, que transcorre neste domingo, 8 de março, e também entrevistou o titular do Blog dentro do tema "Direitos da mulher".

Patu

Cidade receberá melhorias na Praça Padre Henrique e na Avenida Antonio Suassuna


A informação está no Blog do Campelo (clique aqui). Segundo o jornalista, que é também Secretário Ajunto de Comunicação Social da Prefeitura de Patu, a Administração Municipal patuense iniciou o processo visando a contratação de empresa especializada para executar serviços de pavimentação asfáltica das ruas ao redor da Praça Padre Henrique e da Avenida Antônio Suassuna, onde o asfalto já se encontra bastante desgastado.

Baseando-se em informação postada nas redes sociais pelo secretário municipal de Administração e Finanças, Rivelino Câmara, Bruno Campelo informou em seu Blog que a prefeita Evilásia deseja entregar esta importante obra a população de Patu, especialmente para os moradores do Bairro Nova Brasília, ainda no mês de março do ano em curso.

Apesar das muitas dificuldades financeiras, a obra será executada com recursos próprios.

A postagem tem informações e fotos do Blog do Campelo.

Mais informação

"Mossoró Hoje" é o mais novo portal de notícias do RN

Sob o comando do competente jornalista Cézar Alves, está no ar na grande rede mundial de computadores, há pouco tempo, o portal de notícias MOSSORÓ HOJE, de endereço eletrônico www.mossorohoje.com.br, de link já disposto por esse O MESSIENSE ao lado, para facilitar o acesso.

Com layout moderno e bastante "leve", o MOSSORÓ HOJE tem vasto conteúdo, que abrange as diversas áreas da notícia, tais como política, polícia, esportes, cultura e muito mais, com enfoque para os fatos locais, regionais, nacionais e internacionais.

O novo portal, editado e lançado na web a partir de Mossoró, tem um espaço destinado a blogs/colunas, dentre os quais o RETRATOS DO OESTE, do jornalista Cézar Alves, um paraibano que chegou a Mossoró nos idos dos anos oitenta do século passado, com passagens por veículos de comunicação como o jornal GAZETA DO OESTE (de Mossoró), o portal NO MINUTO (de Natal) e o JORNAL DE FATO (de Mossoró).

terça-feira, 3 de março de 2015

Opinião

Os inconformados com a democracia
Mais uma vez, como a UDN em 1963, querem destruir nossas instituições
Editorial do Jornal do Brasil

Em entrevista à Folha de S.Paulo deste domingo (01/03), o economista Luiz Carlos Bresser-Pereira destacou um fenômeno inédito cada vez mais evidente na sociedade brasileira: o ódio dos ricos ao PT e à presidenta Dilma Rousseff.

Bresser - ex-ministro da Fazenda no governo Sarney e um dos fundadores do PSDB - está lançando o livro “A construção política do Brasil” (Editora 34) onde analisa a história do país desde a independência até hoje, com períodos de conflitos e de entendimentos se alternando.

Segundo ele, o último pacto – que chama de “nacional-popular”, ocorreu no governo Lula, com grande êxito. Mas para o economista, essa aliança se desfez nos últimos anos, com a desaceleração do crescimento e os casos de corrupção. 

“A burguesia voltou a se unificar”, destacou Bresser, acrescentando que o Partido dos Trabalhadores “fez compromissos, mas não se entregou. Continua defendendo os pobres contra os ricos. O ódio decorre do fato de que o governo revelou uma preferência forte e clara pelos trabalhadores e pelos pobres”.

Além de ter sido ministro da Economia durante o governo Sarney, Luiz Carlos Bresser-Pereira comandou o ministério da Administração e Reforma do Estado e da Ciência e Tecnologia do governo Fernando Henrique Cardoso. Ele deixou o PSDB em 2011 por motivos ideológicos. 

Em setembro de 2014, numa entrevista ao portal Brasil 247, Bresser já havia explicado os motivos de seu desligamento do partido. Segundo ele, o PSDB deu "uma forte guinada para a direita, deixou de ser um partido de centro-esquerda, e abandonou a perspectiva desenvolvimentista e nacional para se tornar um campeão do liberalismo econômico".

Bresser justificou seu voto em Dilma Rousseff nas últimas eleições presidenciais levando em conta dois critérios: "quanto o candidato está comprometido com os interesses dos pobres, e quão capaz será ele e os partidos políticos que o apoiam de atender a esses interesses, promovendo o desenvolvimento econômico e a diminuição da desigualdade".

Para Bresser-Pereira, “era preciso escolher entre um candidato desenvolvimentista e social e um outro candidato liberal, portanto profundamente contrário aos interesses nacionais, que era o Aécio”. O economista também citou a volta do udenismo e do golpismo, depois das últimas eleições.

De fato, a análise de Bresser faz lembrar as passeatas de 1964, comandadas pela banda de música da UDN de São Paulo e pelo Instituto Brasileiro de Ação Democrática (Ibad). A diferença de lá para cá é que naquele momento a população do Brasil era de 50 milhões de habitantes. Hoje, com a má distribuição de renda que vem das capitanias hereditárias, o Brasil (com uma população de 200 milhões de habitantes) tem 120 milhões à margem da pobreza. Esses não têm nada a perder, se houver uma crise maior. Os que têm a perder são os que estão acima da linha da pobreza.

Os casos de corrupção, como o mensalão e o que atinge agora a Petrobras, despertaram um ódio de setores mais conservadores, com grande respaldo da mídia. Mas isso não pode servir de brecha para que se reivindique a queda de um governo legitimamente eleito.A Petrobras, maior empresa da América Latina e a que mais investe no mundo também sofre ataques diários nesse espetáculo midiático.

Numa democracia, a liberdade para que as irregularidades sejam investigadas é garantida. E isso está acontecendo no Brasil neste momento. 

É claro que os responsáveis devem ser punidos, mas a partir de uma apuração rigorosa, que aponte provas e leve a um julgamento baseado nas leis e nas garantias constitucionais. As instituições não podem ser atropeladas apenas para atender à ira de oportunistas que até hoje não aceitam o resultado do último pleito.   Não se trata de defender um partido específico. A grande questão é defender as instituições da República, que estão sendo atacadas sistematicamente.  

O mundo quebrou em 2008 e apesar de inúmeras previsões sombrias, o Brasil se manteve de pé. A Espanha está mergulhada numa crise econômica há anos, muito mais grave do que a situação vivida aqui. Por lá, a taxa de desemprego já chegou a atingir 25,93%. No Brasil, ficou em 5,3% em janeiro de 2015, de acordo com o IBGE. Apesar disso, setores da mídia fazem alarde.

E os problemas na Espanha não se resumem à economia. Em outubro de 2014, foram presas 51 pessoas, entre políticos de diferentes partidos, servidores e empresários que superfaturavam contratos públicos.

Nem a crise econômica, nem os escândalos envolvendo políticos abalaram as instituições da Espanha. Hoje, o país aguarda as novas eleições, previstas para novembro deste ano. Tudo será feito pelas vias democráticas. Sem golpismo e sem o ódio de classe, tão insuflado no Brasil de hoje, como bem observou Bresser-Pereira em sua entrevista.

Fonte: www.jb.com.br