O sigilo do voto
A história é real, mas os nomes serão omitidos em respeito aos seus personagens. O Estado do Ceará foi o cenário do acontecimento objeto desta postagem.
Pois bem, há algumas décadas atrás, quando o voto era manual e quando o coronelismo imperava nesse País, principalmente no Nordeste do Brasil, onde os resquícios feudais e escravocratas eram ainda mais presentes, dado coronel e seus trabalhadores acordaram cedo para irem às urnas na cidade, em mais uma eleição.
Como naquela época se podia quase tudo para quem detinha o poder ou para quem era aliado dos que detinham o poder, o coronel entrou com seu criado na seção eleitoral, levou a cédula eleitoral até o local onde ela deveria ser preenchida pelo eleitor (seu criado) e lá chegando assinalou o voto do seu criado, que a tudo assistia passivamente. Ao eleitor coube apenas a tarefa de assinar a lista de votantes.
Já fora do local de votação, o eleitor virou-se para o coronel e lhe perguntou: "Coronel, em que eu votei mesmo?"
E o coronel respondeu: "Deixe de besteira, homem, você não sabe que o voto é secreto?"