Natal
é tempo de exercitar a humildade e o amor
Alcimar
Antônio de Souza
O
Papa Francisco, líder espiritual maior da Igreja Católica e Apostólica Romana,
tem sido, certamente, a grande referência de postura para a imensa legião de
seguidores de Jesus Cristo, católicos e não-católicos. Tem dado diversos exemplos
práticos de como deve se portar um verdadeiro pastor à frente do seu rebanho.
Nesses
dias, já no mês do nascimento de Jesus Cristo, Francisco deu mais um exemplo de
comportamento cristão: festejou o seu aniversário de vida com crianças e
moradores de rua de Roma, que, apesar de estar na Europa, tem também as suas
mazelas de um capitalismo selvagem e desumano, que gera uma riqueza infinda
para uns em detrimento de uma pobreza que cresce em todos os recantos do mundo,
inclusive na sua porção economicamente mais rica.
Com
o mais recente exemplo, que ratifica tantos outros, como aqueles vivenciados na
Jornada Mundial da Juventude, acontecida neste ano no Rio de Janeiro, o Santo
Padre deixou uma mensagem forte de que a humildade cabe em todas as pessoas e
em todos os lugares.
A
mensagem do Papa Francisco, transmitida nesse ato e noutros por ele
protagonizados, merece reflexão mais acentuada em tempos de Natal, afinal, se
estamos celebrando o nascimento de Jesus Cristo, estamos também celebrando,
mesmo que o tom comercial da data não nos deixe perceber, a humildade, a simplicidade,
a partilha, o amor e o respeito ao próximo, valores ensinados – mas ainda não
aprendidos – por Jesus Cristo quando de sua passagem pela terra.
A
mesa farta da ceia de uns, as roupas luxuosas de uma parte e as badaladas
festas de outros não podem nos fazer esquecer, enquanto cristãos, que lá fora,
no período natalino, há uma camada social que clama por justiça social, clamor
este que se traduz em perspectiva de melhores dias, com mais igualdade, mais
respeito, mais dignidade.
Ao
dividir com moradores de rua a alegria por mais um aniversário de vida, o Papa
Francisco quis nos dizer justamente isso: que existem cristãos, excluídos por
um sistema que enrica uns poucos e empobrece outros, que precisam da nossa
atenção, do nosso cuidado, do nosso respeito.
A
humildade, que não se confunde com subserviência, é um dos mais nobres
atributos que pode ter o ser humano. É porta de entrada para outros atributos e
valores, como o amor, o respeito ao irmão, um gesto de partilha.
Sem
essa visão, continuaremos a passar períodos e mais períodos natalinos
preocupados com as comidas da ceia, a vestimenta da noite festiva, os presentes
do amigo secreto e as fotos que agora vão parar na internet. Só isso, com
certeza, não é celebração do nascimento de Jesus Cristo.