domingo, 22 de março de 2015

Oeste do RN

Prédio do Fórum Eleitoral de Janduís poderá ficar sem uso


No dia 27 de agosto de 2010, foi inaugurada em Janduís a nova sede da 58ª Zona Eleitoral do Rio Grande do Norte. O novo Fórum Eleitoral, que recebeu o nome de "Procurador William Ubirajara", foi construído pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte - TRE/RN em terreno que foi doado pela Prefeitura de Janduís.

Na época, fizeram-se presente à solenidade de inauguração o então presidente do TRE/RN, desembargador Expedito Ferreira de Souza, o juiz eleitoral da Zona, Cláudio Mendes Júnior, o prefeito janduiense de então, médico Salomão Gurgel Pinheiro (PT), familiares do homenageado com a denominação do Fórum e várias autoridades.

O prédio, localizado na Avenida Santa Terezinha, nº 120, Bairro Onézimo Fernandes Maia, é moderno e bastante amplo.

O problema é que, num futuro breve, esse prédio ficará sem destinação e muito dinheiro público aplicado na sua construção poderá ter sido em vão.

É que, como sabido, o Tribunal Regional Eleitoral potiguar, cumprindo determinação do Conselho Nacional de Justiça - CNJ, iniciou um processo de rezoneamento eleitoral (clique aqui), que atringe em cheio a 58ª Zona Eleitoral do Rio Grande do Norte, sediada em Janduís (clique aqui).

Em razão do rezoneamento eleitoral já em curso, o Município de Janduís e seus eleitores integrarão a 37ª Zona Eleitoral do Rio Grande do Norte, que tem sede em Patu e da qual constam também os eleitores de Messias Targino.

Com isso, o imóvel que atualmente sedia a Zona Eleitoral de Janduís ficará, ao menos a princípio, sem uma destinação específica.

Até agora não se tem notícia, ao menos publicamente, de ter havido algum pedido por parte de qualquer outro órgão público para uso do referido imóvel.

Direito e Cidadania

Redes sociais potencializam a divulgação de falsas informações e de difamação
O aumento do acesso à internet e o natural desenvolvimento das mídias sociais, que agora podem ser acessadas através de smartphones e até mesmo de relógios, viabilizou um gigantesco processo de inserção social à tecnologia. O uso indevido destas mídias, porém, viabilizou que "boataria", com divulgação de informações inverídicas e até mesmo a difamação se potencializassem de forma nunca antes vista.
Um bom exemplo deste novo quadro foram os recentes acontecimentos registrados no Rio Grande do Norte, onde a crise na segurança pública do Estado ganhou proporções muito maiores do que já eram, devido à propagação de uma série de informações inverídicas e desconexas, que geraram pânico na população. 
A estudante de Zootecnia da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), Mariana Ribeiro, foi uma das vítimas do compartilhamento viral de informações. Ela explica que este tipo de atitude pode parecer divertida para quem viraliza, mas é muito assustadora para as pessoas que são diretamente influenciadas.
"Eu sou estudante, portanto ando muito nas imediações da Ufersa. Quando as informações sobre uma suposta invasão das universidades começou a ser compartilhada nas redes sociais,eu fiquei muito preocupada, achei que realmente aconteceria um atentado. Depois, fui percebendo que as informações estavam desencontradas e que não tinham muito fundamento", narrou.
A especialista e pesquisadora na área de redes sociais, Izaíra Thalita, explica que a forma de comunicar foi se alterando com o passar dos anos. De acordo com ela, a boataria tem ganhado cada vez mais espaço porque as pessoas buscam atenção e credibilidade através da internet, e a corrida incessante pelo "furo jornalístico", faz com que informações inverídicas se viralizem.
"Boatos são coisas sérias, e no mundo virtual infelizmente o que chama mais a atenção é o que é mais bombástico independente de ser verídico ou não. Conter isso é muito difícil, pois o 'contraboato', ou a tentativa de se desmentir uma informação inverídica que se viraliza, nunca vai ter a mesma força e o mesmo alcance", explicou a especialista.
Izaíra, que também é assessora do Partage Shopping, comenta que o estabelecimento foi uma das vítimas da onda de boataria que se alastrou por Mossoró durante a crise do sistema penitenciário. Ele afirma que durante as rebeliões a presídios foi divulgada a informação inverídica de que criminosos planejavam invadir o shopping para cometer uma série de crimes.
"A falsa informação seria muito prejudicial às lojas do shopping, se não fosse desmentida imediatamente nas redes sociais. A assessoria saiu em campo, nos grupos e chats onde a notícia era divulgada e prontamente começamos a informar que não era verdade o que estava sendo divulgado. As consequências de uma atitude irresponsável nos deram muito trabalho", explicou.
Especialistas discutem o uso das redes sociais para "boataria"
A boataria e suas consequências sociais têm sido cada vez mais analisadas e estudadas por especialistas. Os recentes acontecimentos envolvendo informações inverídicas só reaqueceram os debates acerca dos limites da rede.
O psicólogo João Valério Alves comenta que a internet é um importante veículo para troca de informações, mas que a falta de limites da sociedade em seu uso tem provocado o que ele chama de ''sintomas da contemporaneidade'', ou mudanças de comportamento que só podem ser observadas neste atual cenário. Para ele, o mundo hoje vive uma era totalmente conectada, realidade que começou a não mais do que três anos, e factoides e inverdades fazem parte da mudança que está acontecendo.
"A internet e as redes sociais oferecem o anonimato, que é uma importante ferramenta para que deseja viralizar inverdades, difamações ou crimes, tudo isso faz parte de um novo contexto, visto na contemporaneidade. Certamente temos pessoas que se divertem, que sentem prazer em divulgar mentiras, não temos como afirmar se isso é um quadro de psicopatia ou se outra disfunção psicossocial, mas podemos afirma que a grande parte das pessoas só divulga ou repassa boatos na intenção de chamar a atenção, de ser percebida em uma realidade tão fria que é a da internet", comentou.
Texto: Redação do Jornal O Mossoroense
Fonte: www.omossoroense.com.br

Política

Entenda por que o "Fora corruPTos" não ajuda o País
Lino Bocchini
Na avenida Paulista não haviam faixas ou cartazes contra o PP ou o PMDB, partidos líderes em número de parlamentares na já famosa lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Tampouco alguém foi às ruas reclamar do governo Geraldo Alckmin (PSDB) por conta do cartel do metrô ou docaso Alstom, mesmo com o atraso colossal das obras do metrô paulista. Nenhum organizador ou manifestante entrevistado pela imprensa criticou as empreiteiras, corruptoras maiores deste País e cujos presidentes foram presos na Operação Lava Jato. Sobre o caso HSBC, a mais nova evidência da lavanderia suíça de dinheiro, também nenhuma palavra, apesar das centenas de figurões brasileiros envolvidos.
Os focos dos atos do domingo 15 de março em todo País foram exclusivamente o PT, Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula. A pauta central na avenida Paulista, em Copacabana, na Esplanada dos Ministérios ou nos demais locais onde houve aglomerações foi a derrubada da presidenta. A divergência era quanto ao método – uns preferiam o impeachment, outros a intervenção militar. E todos alegam, contudo, tratar-se de um ato apartidário e contra a corrupção.
Não, caro leitor. Este não é mais um texto para justificar a "roubalheira do PT", apontando os erros semelhantes cometidos pelos demais partidos. É uma modesta contribuição para um debate menos agressivo e simplista.
Falemos do "Fora CorruPTos" e dos gritos "Fora Dilma" e "Fora PT".
Desculpem-me, mas apenas com ingenuidade ou má-fé é possível acreditar em uma solução mágica. Tiramos a Dilma, o peemedebista Michel Temer vira presidente e tudo estará resolvido? Ou impede-se a chapa toda, caem Dilma e Temer e assume o Eduardo Cunha, aquele que nesta quarta-feiraderrubou o ministro da Educação em poucas horas por ele ter dito umas verdades. Desta forma estará moralizado o governo?
Obviamente não. Haverá, isso sim, uma piora da situação atual: ficará aberto o caminho para que os demais políticos corruptos sigam fazendo o que bem entenderem, sem o ônus de serem do PT. Os manifestantes do dia 15 pensarão: “pronto, derrubamos a Dilma, agora acabou a corrupção no Brasil”. E outras legendas fisiológicas, tão ou mais interessadas no poder e no dinheiro do que o Partido dos Trabalhadores, seguirão mandando na nação.
Vale outro lembrete: em nenhuma hipótese prevista na Constituição o presidente empossado será Aécio Neves. Para chegar ao Planalto o senador do PSDB precisará ser eleito pela maioria da população em 2018, o que não aconteceu em 2014.
Um combate real à corrupção no Brasil é muito mais complicado e demorado do que os memes dos revoltados on-line e MBLs da vida “ensinam”. Exige debate sério e engajamento diário de toda a população em assuntos considerados chatos, como uma profunda reforma política.
Aliás, mesmo a reforma política não é necessariamente a solução. Nada mais é do que um conjunto de leis acerca do sistema político-eleitoral. Pode ser um bom conjunto ou não. E uma mesma proposta, como o fim da reeleição ou a unificação do calendário eleitoral, pode ter um lado bom e um lado ruim, dependendo da leitura que se faça. De novo, é preciso se informar com cuidado e rejeitar simplificações.
É trabalhoso, mas para progredir vamos precisar todos lermos mais, conversarmos mais, nos informarmos mais, desconfiarmos mais. E sempre pautados pelo bom senso, e não pela raiva.
Se a simples retirada de Dilma resolvesse os problemas nacionais ou ao menos a corrupção, eu estaria na rua gritando pela sua derrubada. Mas, como em todos os aspectos da nossa vida, na política as promessas mirabolantes também não são verdadeiras. Acreditar na derrubada de Dilma como o fim dos problemas no Brasil é como acreditar naquele cartaz que promete “trazer a pessoa amada em sete dias”. Abra o olho.
Fonte: www.cartacapital.com.br