E agora? Até O Globo defende o empréstimo brasileiro para o Porto de Cuba
Crispiniano Neto*
Não é novidade em eleições, esconderem a verdade sobre fatos e pessoas 
para prejudicar as candidaturas do PT. Passadas as eleições a verdade 
vem à tona. Agora mesmo absolveram de acusações um deputado petista no 
Rio Grande do Sul, que foi tema da campanha do peemedebista ganhador. 
Até o depoimento do doleiro Yusseff foi suspenso logo que terminou a 
eleição. Quem não lembra Erenice Guerra na eleição de 2010. Capa de 
todas as revistas semanais e jornalões do PIG. Passada a eleição, foi 
inocentada. Humberto Costa, que hoje é senador, perdeu o governo de 
Pernambuco por um escândalo do seu tempo como ministro da Saúde. Depois 
da eleição foi absolvido por 14 X 0.
Agora é o Porto de Cuba. A 
besta-fera trajada de Satanás antes da eleição, agora até o jornal O 
Globo defende. Se bem que um diretor da FIESP já defendia no yutube. Mas
 ninguém queria nem olhar. Ai de quem defendesse o empréstimo, ai de 
quem dissesse que quem primeiro emprestou dinheiro para Cuba foi o 
governo FHC. Mas, Vejamos o que diz o Globo:
É de se estranhar que o 
Brasil tenha se envolvido tão fortemente na modernização e ampliação do 
Porto Mariel, em Cuba. Com uma economia socialista, o que o Brasil tem a
 fazer lá, em um ambiente ainda de embargo econômico por parte dos 
Estados Unidos? Neste caso, o interesse estratégico do país pesou mais, à
 parte simpatias ideológicas, e não só de médio e longo prazos: a 
reconstrução do porto se tornou boa oportunidade de negócio para 
empresas brasileiras. Cuba não conta com variedade significante de 
matérias-primas e nem é um país industrializado. Mas tem uma posição 
geográfica privilegiada que, no futuro, será de grande importância. 
Mariel é o porto caribenho mais próximo da Flórida e se encontra a 
apenas 45 quilômetros de Havana, capital de Cuba, que concentra mais de 
20% da população do país.
O investimento no porto é de quase US$ 1 
bilhão e só faz sentido porque em torno dele surgirá uma zona econômica 
especial, voltada basicamente para exportações. Mariel é um caminho para
 que empresas brasileiras se instalem nessa zona econômica especial e 
processem produtos destinados a esses mercados, especialmente os de alta
 tecnologia, que utilizarão muitos insumos inexistentes em Cuba.
A 
proximidade com o novo Canal do Panamá também é um fator a se 
considerar, para chegada aos mercados situados no Pacífico. As obras no 
porto são basicamente financiadas pelo BNDES. Do orçamento inicial de 
US$ 957 milhões, US$ 802 milhões foram financiados pelo Brasil. No 
entanto, desse valor, o equivalente a US$ 800 milhões foram gastos na 
contratação de serviços e de equipamentos produzidos no Brasil, o que 
gerou cerca de 20 mil empregos no Brasil, sem contar com os postos de 
trabalho criados em Cuba. O porto responde pela maior parte do total de 
financiamentos, US$ 1,6 bilhão concedidos pelo Brasil a Cuba.
A pergunta
 é se não há risco de calote. Mesmo com todos seus problemas, Cuba 
permanece em dia com o Brasil, e no caso específico de Mariel, houve a 
preocupação de vincular os pagamentos diretamente às receitas obtidas 
pelo porto.
Palavra do jornal O Globo e não da Secretaria de Comunicação do Palácio do Planalto.
Crispiniano Neto é agrônomo, jornalista, bacharel em Direito, poeta e escritor.
Fonte: www.crispinianoneto.blogspot.com.br
