Mais Jesus, menos Papai
Noel
Chegado o período de
Natal, mais uma vez as crianças se fartam de ver a figura conhecida do Papai
Noel, que toma conta da publicidade veiculada na televisão, nos jornais e nas
mídias eletrônicas; que enche os espaços nos centros comerciais e mora de vez na
mente da meninada, que espera, com avidez, pela presença do bom velhinho na
Noite de Natal, pois certamente ele trará algum presente, segundo imaginam.
Nada tenho contra o
velho Noel, mais lenda do que verdade. No entanto, abomino por completo a
versão capitalista que lhe dão, transformando-lhe num excelente vendedor de
produtos diversos.
Se ele, o Papai Noel,
poderia simbolizar apenas bons valores, e desse modo servir de boa referência
para os pequeninos, infelizmente a ganância humana o transformou num instrumento
de captação de clientes e de aumento do lucro.
A presença do Papai
Noel no Natal, na forma que nos é passada pelos donos do capital, choca-se
frontalmente com o verdadeiro espírito natalino; vai de encontro à grande Festa
do Natal, que é a festa do Nascimento do Menino Jesus.
O nascimento de Jesus
Cristo, por si só, já nos aponta para a necessidade de termos humildade,
simplicidade e desapego a bens materiais, afinal, o Filho de Deus, apesar dessa
condição suprema, nasceu numa manjedoura, em meio a animais, nos arredores de
Belém, a cidade de Davi, para onde tinham ido Maria e José em razão de um
recenseamento ordenado pelo Império Romano.
A vida de Jesus Cristo,
dono da festa desse dia 25 de dezembro, foi de ensinamentos que levam ao Reino
de Deus; foi de exemplo vivo de doação, de gestos de humanidade, de amor ao
próximo, de perdão; foi de profunda reflexão sobre valores que realmente devem
nortear uma sociedade que se diz cristã.
No Papai Noel, ao
contrário, enxergo apenas um anúncio publicitário de alguém que quer me vender
algum produto. Seu luxuoso trenó contrasta com o jumento que transportou Jesus
Cristo em dois momentos importantíssimos da sua vida: na sua fuga de Belém,
depois do decreto do Império Romano de serem mortas as crianças recém-nascidas;
e na sua entrada triunfal em Jerusalém, na Festa da Páscoa, na semana em que Ele,
Jesus, já sabia que seria traído por Judas e seria morto.
A veste pomposa do bom velhinho
em nada se parece com os trajes humildes que vestiram Jesus Cristo em seu
nascimento e em sua caminhada de pregações.
Os propósitos do Papai
Noel, enfim, divergem diametralmente daqueles que trouxeram Jesus Cristo ao
mundo e que motivaram a sua pregação entre nós.
Quando, um dia, Papai
Noel deixar de servir aos desejos da indústria e do comércio e passar a pregar
bons costumes e dignos valores, certamente mudarei a minha opinião a seu
respeito.
Até lá, porém, vou
continuar dizendo que, no Natal, precisamos de mais Jesus Cristo e menos Papai
Noel.
A todos, Feliz Natal!
Alcimar Antônio de
Souza