domingo, 17 de agosto de 2014

Eleições 2014

Só para lembrar: Marina Silva já tinha data marcada para abandonar Eduardo Campos


Por DENER GIOVANINI

O estilo desagregador, prepotente e arrogante de Marina Silva, que deixou um rastro de intrigas, desconfianças e desarmonia em suas passagens pelo PT e pelo Partido Verde, já tinha data para voltar a mostrar suas garras: em nota oficial publicada no dia 26 de junho, a Rede Sustentabilidade (o grupo que segue Marina) deixou clara as suas intenções:

4. A filiação transitória democrática permite que, tão logo a Rede obtenha seu registro na Justiça Eleitoral, o que deve ocorrer nos próximos meses, seus militantes formalmente vinculados ao PSB poderão se transferir para a legenda de origem sem o risco de qualquer tipo de sanção partidária.

5. Portanto, os militantes da Rede têm data para deixar o PSB, conforme o compromisso firmado entre os partidos no final do ano passado.

Para ler a Nota da Rede na integra, CLIQUE AQUI.

É óbvio que ninguém, até então, poderia imaginar a reviravolta que aconteceria no quadro sucessório presidencial com a tragédia que se abateu sobre a candidatura de Eduardo Campos. A morte do então candidato do PSB derrubou o tabuleiro do xadrez político no chão. O jogo vai recomeçar do zero a partir de agora.

Marina Silva e sua “Rede” talvez tenha sido a pior jogada de Campos em toda a sua carreira política. Ele acreditou que Marina daria um grande impulso à sua candidatura, o que de fato não ocorreu. Talvez Eduardo, assim como tantas outras pessoas do mundo político, enxergasse nos quase 20 milhões de votos que Marina Silva obteve nas últimas eleições presidenciais um sólido patrimônio político. Foi um grande erro.

O patrimônio político de Marina Silva era tão sólido como fumaça. Seus 20 milhões de votos não lhe credenciaram sequer para construir seu próprio partido. Ela não conseguiu o número de assinaturas necessárias para obter o registro da Rede junto ao Tribunal Superior Eleitoral e, tão pouco, conseguiu impulsionar o nome de Eduardo Campos para chegar pelo menos aos dois dígitos de intenção de voto para a eleição de outubro.

Não bastasse tamanha desilusão, Marina Silva e sua Rede tiraram de Eduardo Campos apoios importantes, especialmente em colégios eleitorais fundamentais, como Rio de janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Goiás. A intransigência e a incapacidade de articulação de Marina Silva subtraíram de Eduardo palanques e alianças que poderiam ajuda-lo a tentar chegar ao segundo turno. Obviamente ninguém do PSB admitirá publicamente esse equivoco que foi a escolha da Marina como vice. Mesmo no Partido Verde, onde ela deixou um rastro de intrigas e desarmonia, quase levando o partido a desintegração absoluta, ninguém fala publicamente sobre isso.

Marina Silva quer um partido pra chamar de seu. Para mandar e impor seu messianismo “sonhático”. E o bote está se armando sobre o PSB.

Caso o partido de Eduardo Campos decida pela substituição do nome dele pelo de Marina estará apenas repetindo os erros do PT e do PV. Entregar o comando do partido a uma candidata desagregadora e com um histórico tsunâmico será o caminho mais curto para enterrar a história do PSB. Os sonháticos de Marina farão cair sobre os dirigentes do Partido Socialista Brasileiro a escuridão dos pesadelos de uma noite sem fim.

Fonte: Estadão, via Olhar Messiense (www.olharmessiense.com)

Direito e Cidadania

"Diálogo de alto nível”, diz presidente da OAB sobre Lewandowski

Brasília – O presidente da OAB Nacional, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, prestigiou na tarde desta quarta-feira (13) a eleição do ministro Ricardo Lewandowski para presidente do STF e da ministra Carmen Lúcia para o cargo de vice. Segundo o dirigente da Ordem Nacional, “a advocacia nacional se fez presente para saudar a nova direção com a certeza de que, a julgar por competência, formação e estilo dos novos dirigentes, teremos diálogo de alto nível entre as instituições”.
“O Estado Democrático de Direito contará com tradição secular de defesa da ordem constitucional, das garantias constitucionais e da ordem democrática, com convicção que tanto a advocacia e a cidadania terão na mão a certeza e a segurança de um biênio exitoso. Tenham uma exitosa gestão, é o que advocacia e a sociedade brasileira desejam”, saudou Marcus Vinicius.
Os ministros Ricardo Lewandowski e Carmen Lúcia foram ambos eleitos com nove votos. Em seu pronunciamento, o presidente eleito da Suprema Corte se disse “extremamente sensibilizado” pela confiança depositada nele. “Comprometo-me a honrar as tradições seculares do STF e fazer respeitar a consagrada liturgia dessa casa de Justiça”, afirmou. A vice-presidente também agradeceu a confiança dos colegas.
Celso de Mello, decano do STF, pronunciou-se em nome dos demais ministros da casa para dar as boas-vindas aos novos dirigentes pelo próximo biênio, elogiando a tradição de décadas de autogoverno da Casa. Após relembrar as trajetórias de Ricardo Lewandowski e de Carmen Lúcia, apresentou “os melhores votos de sucesso e plena realização de encargos inerentes às funções”. “Tenho absoluta certeza que os eminentes ministros saberão agir com sabedoria, prudência e segurança, enfrentando e superando os obstáculos e desafios tão comuns ao exercício dos cargos de presidente e vice-presidente do STF”, saudou.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que ele e o Ministério Público do Brasil reconhecem que os ministros reúnem todos os predicados para a presidência da mais alta corte do país. “O Ministério Público reconhece a vocação para o diálogo, trabalho cooperativo e liderança. Confiamos na condução serena e segura do poder judiciário brasileiro”, elogiou Janot.
Gestão
Em entrevista a jornalistas no STF, Ricardo Lewandowski afirmou que sua gestão será pautada pelo diálogo com a advocacia, com os outros poderes, com a magistratura e com o Ministério Público, “com todos os esforços para a melhoria da prestação jurisdicional”.
“Vamos priorizar o julgamento dos Recursos Extraordinários com Repercussão Geral, que aportam na corte e paralisam todos os demais processos nas cortes inferiores com o mesmo tema. Eles congestionam as cortes inferiores e fazem com que jurisdicionados aguardem até anos para que sua questão levada a juízo seja selecionada. Mas não vamos esquecer as Ações Diretas de Inconstitucionalidade que há muito tempo aguardam julgamento”, adiantou Lewandowski.
O presidente eleito do STF também prometeu ampliar as audiências públicas, facilitar a participação dos amicus curiae nos julgamentos e facilitar formas alternativas de solução de controvérsias. “Temos no país cerca de 100 milhões de processos em tramitação para cerca de 18 mil juízes. Temos que estimular formas alternativas como conciliação, mediação e arbitragem, de modo que os conflitos menores não sejam necessariamente levados ao Judiciários e possam ser resolvidos pela própria sociedade”, afirmou.
Fonte: www.oab.org.br

Opinião

A direita quer Marina para tentar tirar Dilma a qualquer custo

Por Crispiniano Neto

O que me parece que vai se desenhando no cenário da eleição presidencial é exatamente o que previ no primeiro momento, quando me comunicaram que Eduardo Campos teria morrido em um desastre aéreo.  Como animal político que sou, além do choque natural pela tragédia, pensei nas consequências políticas do fato.

Choque porque, pois uma vida humana que se vai dói em qualquer alma sensível e ainda mais quando se trata de uma vida de destaque como a do ex-governador e mais ainda por lembrar-me da sua presença no lançamento do meu livro sobre Lula em Brasília e pelo fato de ter perguntado por mim ao encontrar-se com o cordelista Paulo de Tarso, de Tauá, coisa que eu nem esperava, pois não imaginei que tivesse ficado me conhecendo a este ponto.

Pensei que seria natural a substituição do seu nome pelo da sua vice, Marina da Silva, e que isto viabilizaria um segundo turno, o que se configura como uma notícia ruim para a candidatura Dilma, que marchava de rota batida para ganhar no primeiro diante da estagnação de Aécio Neves, do esgotamento da capacidade de inventar escândalos, com o murchamento da CPI da Petrobras e o besteirol da Wikipedia que prova como o estoque de balas de prata andava escasso.

Imaginei que, se a possibilidade era ruim para o PT por viabilizar o segundo turno, pior seria para o PSDB, pois a insossa candidatura de Aécio não resistiria a uma candidatura com mais apelo do novo, por mais falso que isto me pareça e com o ingrediente da comoção, que agora ela, mesmo dizendo que não quer falar de política, está costurando a mil por hora, tentando carregar a viúva de Campos, como vice, num gesto que demonstra o sentimento demagógico que invadiu aquela Marina com cara de pura de antigamente.

O que quero dizer é que tendo o segundo turno, quem vai é Marinha e não Aécio, mas a direita está se lixando para Aécio que não vem demonstrando bom desempenho, mesmo depois de passado o estágio probatório da sua candidatura. Muito pelo contrário, todo dia é alvo de um novo escândalo, denunciado até mesmo pela mídia direitosa.

Restrições, Marina tem muitas. Seja dentro do PSB onde tem muitas antipatias, seja no meio empresarial, com especialidade do agronegócio pelo seu perfil de ecochata, mas já sem muita convicção.

O problema é que a direita nacional e internacional sabem que Marina não é ameaça nenhuma ao capitalismo neoliberal. E não precisa esperar ser eleita para mostrar isto. Na tentativa de ganhar, ela já começará a passar recibo na semana que vem “tranquilizando o mercado” de que será bem menos incômoda ao capital financeiro, aos interesses dos investidores estrangeiros e do agronegócio, que Dilma Rousseff vem sendo.

Resta saber o que vai pensar um imenso contingente de eleitores do povão, que não costuma raciocinar com base nos argumentos da mídia. Não se celebrará a missa de sétimo dia, sem que se conheça a nova Marina, que já está se pintando...

Crispiniano Neto é jornalista, poeta, escritor, agrônomo e bacharel em Direito
Fonte: www.crispinianoneto.blogspot.com.br