'O que
tem que ser precoce é o monitoramento', diz médica sobre Covid-19
Cardiologista e intensivista,
Stephanie Rizk explica sobre fases da infecção e a importância de um tratamento
adequado e na hora certa
Jorge Fernando
Rodrigues e Thiago Félix, da CNN São Paulo
11 de
abril de 2021 às 10:01
O Brasil chegou à
marca de 350 mil mortes em decorrência da Covid-19 e a taxa de ocupação de
leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ainda é bastante alta.
Cardiologista e intensivista do InCor e da Rede D’Or, Stephanie Rizk avaliou em
entrevista à CNN que a doença tem tido um comportamento
diferente neste repique. Ela defendeu que o acompanhamento através de exames
feitos desde o início da infecção é a saída para que os pacientes consigam
sobreviver.
“O que tem que ser
precoce é o monitoramento. Seria importante se toda a população pudesse ter um
oxímetro. Na fase inicial, ficamos mais atento ao sintoma sistêmico, como
febre, mal-estar e queda do quadro geral. A partir do sétimo dia, a gente
começa a ficar de olho na oximetria, se teve alguma mudança de padrão”,
explica.
“Os colegas
conversam entre si, entre outras UTIs do SUS, e é semelhante a observação.
Antes, a gente conseguia pegar um paciente grave e com um desfecho mais
favorável, ultimamente, chega paciente que em 24 horas morre", completa a
médica.
A médica ressalta
que a doença começa a ser contada a partir do primeiro dia de sintoma. Já que
um paciente que testou positivo para PCR, pode só desenvolver um quadro
sintomático após alguns dias. E que mesmo estando bem, a realização de exames é
crucial para o tratamento.
“Muitas vezes a
gente está acompanhando alguém e a pessoa diz que está ótima e que não quer
fazer exame nenhum e eu falo: ‘Por favor, faça’. Eu sei que muita gente não tem
condição. Estes dias me perguntaram: ‘E o povo do SUS, como vai fazer? Ninguém
vai pedir tomografia’. Mas pelo menos se a gente tiver a oportunidade de ter
uma oximetria já ajuda", diz.
Segundo ela, o
tratamento deve acontecer na hora certa. “Identificou pneumonia viral? Já se
muda o esquema terapêutico", por exemplo.
“Passando para a
fase inflamatória, a gente fica mais de olho. Teve a oportunidade de fazer uma
tomografia e exames de sangue para a gente entender o perfil e a agressividade?
Excelente. E a gente começa a tratar na fase adequada”, explica.
Fonte:
www.cnnbrasil.com.br