Por Crispiniano Neto
Eita que agora não é mais Betinho Rosado, Pai e Primeiro, como na nomenclatura monárquica, o candidato a deputado federal. A judicialização da política arrastou mais um prócer rosalbista para o ralo. E olha que Betinho, Pai, tinha eleição garantida numa coligação que pode fazer três deputados, mas com certeza fará dois, e ele, sem dúvidas seria o segundo mais votado. Agora é Betinho Segundo. E há quem critique o fato de se ter mais um filho no páreo.
Mas quem vai mesmo 
criticar, porque cá com meus botões cansei de pregar no deserto desta 
capitania hereditária. Henrique, candidato a governador,que é o eterno 
filho do ex-governador Aluísio Alves com onze eleições, só passando 
disso depois que o PT o fez presidente da Câmara e até presidente da 
República, ainda que brilhando em raios fúlgidos? Pode criticar? Não. 
Não pode. Seu primo Garibaldi, filho de Garibaldi Pai, que é senador com
 direito a UTI no Senado e pai de Valtinho que de estadual salta agora 
para federal também, não pode criticar. 
Ricardo Mota, presidente da 
Assembleia Legislativa também não pode criticar porque tem seu 
Rafaelzinho também candidato com uma estrutura de fazer inveja à 
campanha de Antonio Ermírio de Morais, Campos de Techint e o “Galeguin 
do Zói Azu” em tempos idos. 
Larissa, sua priminha querida, que é filha 
de Sandra, que é filha Vingt Rosado, que é filho de Jerônimo Rosado, 
intendente de Mossoró nos tempos em que Padre Cícero ocupava o mesmo 
posto em Juazeiro do Norte, bem antes de Lampião passar pela terrinha? 
Também não pode criticar. 
Fafá, a outra priminha do coração, que é filha
 de Dix-Neuf, que é filho do mesmo Jerônimo e, que, ao entrar na 
política, transformou a prefeitura numa irmandade sem peia e sem 
cabresto, além de fazer o marido deputado estadual por duas vezes? 
Também não pode. 
Vai ver que Vilma da Faria, candidata ao senado pela 
coligação oponente vai querer criticar, mas há de se lembrar que é quase
 filha de Dinarte Mariz e é mãe de Márcia, deputada estadual e de Lauro 
que lambe a rapadura pra ser, mas... Ela própria, mesmo com grande 
talento para a política, só projetou-se depois de ser primeira dama de 
Lavoisier que chegou ao poder de forma biônica, por ser primo de 
Tarcísio e Agripino, de quem Vilma foi uma supersecretária da Ação 
Social, saindo de lá para ser a deputada federal mais votada daqueles 
tempos de poucos votos. 
José Agripino, senador da língua frouxa vai 
falar? Mas com que moral, se ele é o que é, porque é filho de Tarcísio 
Maia, que só foi o que foi por ser irmão de João Agripino o 
testa-de-ferro da ditadura na Paraíba. Tarcísio que fez Jajá prefeito 
biônico de Natal e depois conseguiu as bênçãos do general Figueiredo 
para eleger José Agripino, mesmo cometendo “pecados”, como disse o velho
 ditador, sem lembrar que pecado é sinônimo de peculato... Agripino, 
além de filho de Tarcísio, é primo de Lavô que o antecedeu no tempo dos 
“Três Reis Maia” e é pai de Felipe Maia, o “deputado Nota 10” de quem 
não se conhece um projeto legislativo mesmo com seu projeto político 
movido a querosene de avião. E é marido de Dona Anita Catalão que já 
tentou ser vice-prefeita de Natal, mas o povo achou que era demais pelo 
seu preparo de menos... Talvez Betinho Segundo consiga o apoio ainda que
 parcial do prefeito Silveira Júnior, filho de Francisco José, que apoia
 Fábio Faria, filho de Robinson, mas que pode liberar-lhe uns apoios, 
quem sabe, até mesmo numa dobradinha com Jório Nogueira, que anda 
emburrado porque registrou candidatura, mas ainda não teve sinal verde 
do prefeito amigo e correligionário. 
Não é possível que somente o filho 
do saudoso vereador Aldenor Nogueira não mereça uma chance nesta 
“capitania hereditária” onde a “filhosofia” política impera  e prospera,
 enquanto a plebe espera, como Pedro Pedreiro, personagem de Chico 
Buarque, que esperava o trem como Beckett nos pôs a esperar Godot...
Crispiniano Neto é engenheiro agrônomo, jornalista, bacharel em Direito, escritor e poeta
Crispiniano Neto é engenheiro agrônomo, jornalista, bacharel em Direito, escritor e poeta
Fonte: www.blogdoaldoaraujo.blogspot.com.br

