segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Parcial? Vendida!

Grande imprensa direciona opinião pública quanto a escândalos políticos

A Rede Globo de Televisão, o Jornal O Globo, o Jornal Folha de São Paulo, a Revista Veja e outros veículos de comunicação da chamada grande imprensa, situada principalmente no Sudeste do País, vêm acompanhando o caso do chamado "esquema do mensalão" desde a denúncia feita pelo deputado federal Roberto Jefferson (PTB) até os dias atuais.

Mesmo depois de julgado o caso (ainda com recursos pendentes), a mídia conservadora, a serviço da direita, acompanha passo a passo a execução das penas de alguns políticos condenados pelo Supremo Tribunal Federal - STF, cujo presidente e relator da ação penal respectiva, ministro Joaquim Barbosa, tem aproveitado bastante os holofotes da mídia para se projetar além do necessário.

Diariamente, os principais veículos de comunicação do País, principalmente os das Organizações Globo mostram com detalhes a forma de execução de pena dos condenados no chamado "esquema do mensalão". A propósito, as Organizações Globo recentemente assumiram oficialmente o óbvio, ou seja, que estiveram ao lado dos militares durante o regime que (des)governou o Brasil de março de 1964 a metade dos anos oitenta do século passado - .

Mas, enquanto isso, a mesma atenção não é dada a outros fatos de mesma ou maior proporção. O ex-governador do Distrito Federal, José Arruda, do Democratas - DEM e alguns aliados seus foram, recentemente, condenados pela Justiça, por causa de um esquema de corrupção montado no Distrito Federal durante o governo de Arruda. Mas, diversamente, a condenação dos "mensaleiros do DEM" foi apenas rapidamente noticiada pela grande imprensa, sem o mesmo destaque do outro caso. Falaram fugazmente da condenação e pronto, deixaram para lá.

O chamado "mensalão do PSDB mineiro", que envolve também o empresário Marcos Valério e diversos caciques do PSDB, provavelmente irá prescrever sem haver condenados. O tão disposto ministro Joaquim Barbosa, que chegou ao ponto de pressionar o Tribunal de Justiça do Distrito Federal - TJDF para mudar um dos juízes da execução penal do Distrito Federal no caso do chamado "mensalão do PT", faz de conta que o problema - mensalão do PSDB mineiro - não é com ele. É bastante ágil quando quer, e mais inerte ainda quando prefere.

Em São Paulo, as denúncias de corrupção no sistema de trens e metrô, já batizado de "trensalão", quase não têm espaço na mídia convencional e conservadora. As denúncias envolvem todos os governos do PSDB paulista, iniciando pelo governo de Mário Covas e passando pelas gestões de Geraldo Alckmin e José Serra. O assunto só não cai no esquecimento porque o Ministério Público de São Paulo continua firme nas investigações e porque a chamada mídia alternativa vez por outra o reacende.

No Rio Grande do Norte, o DEM (eterno aliado do PSDB) e o "puritano" senador José Agripino Maia (presidente nacional do DEM) são acusados de fazer "caixa 2" em campanha recente. Afora a Revista IstoÉ e alguns jornais locais, ninguém mais praticamente se interessou pelo assunto.

Não fossem portais virtuais como "Vi o mundo", "Blog do Paulo Henrique Amorim", "Carta Capital" e "Vermelho", além de outros que não se alinham ao perfil do chamado PIG - Partido da Imprensa Golpista, que vive sonhando com a volta do PSDB ao poder central, a parte menos informada da sociedade brasileira certamente acabaria concluindo que, no Brasil, o pecado político só veste vermelho.

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