sábado, 16 de julho de 2016

Opinião

Perdi a fé no STF e no Janot

Por Cézar Alves

Perdi a fé no STF. Tinha um pouco, mas depois perdi. Perdi também em Janot, procurador geral da república. Os últimos acontecimentos e decisões do STF me jogaram nesta vala.

E quais as razões para ter perdido a fé na alta corte brasileira? Simples: o Domínio de Fato só serviu, até agora, para condenar José Deus, Genoíno e outros petistas.

Contra figurões do PMDB, PSDB e DEM, casos que não precisa do condenar sem provas, usando o Domínio de Fato. Sobram provas nos processos e processos.

São inúmeros processos por corrupção.  É o caso de Cunha, do PMDB e é o caso de Renan, presidente Senado. É o caso de tantos outros do PMDB, como Romero Jucá.

O próprio presidente interino Michel Temer já foi apontado como recebedor de propina desde a época que estava engatinhando no PMDB e também encrencado na Lava Jato.

Do Rio Grande do Norte segue o exemplo vergonhoso de Henrique Alves, também do PMDB. É intocável aqui e em Brasília, não importando a gravidade do crime praticado.

Também tem provas sobrando na Lava Jato contra o presidente nacional do DEM, José Agripino, que continua cantando de honesto, puro, livre e solto.

Outro nome do PMDB que ninguém toca, ninguém do STF chega perto é Renan. Parece até proibido este cara ser punido nos processos que respondem por corrupção.

Aliás, se o STF tivesse julgado em 2006 os processos contra Cunha, já naquele ano ele estaria preso. Como não foi, deitou em rolou cobrando propina. Ficou muito rico e poderoso.

Deitou e rolou, milhões e mais milhões. Em suas contas secretas na Suiça, Cunha movimentou coisa aproximada de meio bilhão de dólares. É o que dizem os promotores de lá.

Ficou tão poderoso que chegou a presidência da Câmara dos Deputados e lá passou a fazer chantagens explícitas pela mídia até contra a presidente da república.

Meteu o pé o chão e passou a exigir: Ou o governo Dilma usava o poder das emendas para forçar a bancada do PT a livra-lo da cassação ou ele afastava Dilma.

Dilma não cedeu as chantagens e foi afastada por uma acusação de um crime que ela não cometeu, pois quando o referido fato ocorreu, não havia esta indicação previsto em lei.

Descaradamente Dilma foi afastada por políticos corruptos, em sua grande maioria ligado financeiramente ao dinheiro podre das contas de Cunha na Suíça.

Golpearam a democracia usando os tolos para dizer que era contra a corrupção, quando na verdade os corruptos do PMDB queriam barrar a “sangria” causada pela Lava Jato.

Assumiram negando, negando de pé junto, cinicamente, de forma desavergonhada, porém, na surdina, estão agindo com força contra o combate a corrupção.

O primeiro ato criminoso dos criminosos foi tirar a autonomia do CGU, principal órgão de fiscalização dos investimentos federais no País criado pelo Governo do PT.

Dilma já havia implantado a delação premiada em 2013, o que permitiu o nascimento da Lava Jato em 2014. Propôs um pacote contra a corrupção no seu segundo governo.

E o governo interino de Michel Temer, criado para pagar a “sangria” causada pela Lava Jato, tirou a urgência para o Congresso aprovar este projeto contra a corrupção.

Fez pior. O seu ministro da Justiça, aquele que havia se declarado contra o trabalho da Lava Jato, mudou os delegados que estavam à disposição do juiz Sério Moro.

Enfim, O STF e o PGR precisam aplicar aos membros do PMB, DEM e PSDB a mesma regra que aplicaram no pessoal do PT para reconquistar a confiança.

Fonte: Coluna Retratos do Oeste, do portal Mossoró Hoje.

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