sábado, 5 de setembro de 2015

Poesia

A TRISTEZA E O POETA

Tem poeta que para escrever
Ou cantar uma rima ou um repente
Não precisa ser triste nem contente
É preciso apenas o querer.
Mas têm outros que para assim fazer,
Expressar sentimento, alegria,
Ou fazer alguns versos sobre o dia
É preciso uma dor, desilusão.
A TRISTEZA AO POETA É COMBUSTÃO
PARA ELE PENSAR EM POESIA.


Tem sambista que apenas se inspira
Na tristeza que alguém proporciona
Ou num fato que lhe emociona
Que, de triste, o seu peito até suspira.
Na tristeza a sua mente mira
Pra compor algum samba de alegria,
É preciso que a mente em nostalgia
Lhe ajude a fazer composição.
A TRISTEZA AO POETA É COMBUSTÃO
PARA ELE PENSAR EM POESIA.


No sertão do Nordeste brasileiro
Tem poeta que vive da tristeza,
Pois é ela que cria a beleza
Das rimas que faz o violeiro.
Sem a fama, a pompa e o dinheiro
De estrelas que brilham em demasia,
Só existe a dor que lhe arredia
E ele faz um cordel até no chão.
A TRISTEZA AO POETA É COMBUSTÃO
PARA ELE PENSAR EM POESIA.


Deus não quis que o poeta fosse triste
Nem tampouco vivesse em sofrimento,
Mas pra ele, o poeta, o lamento
É a única certeza que existe.
Nessa via de dor que subsiste,
Que espanta de perto a alegria
Um sorriso que lhe acometia
Já fugiu do seu pobre coração:
A TRISTEZA AO POETA É COMBUSTÃO
PARA ELE PENSAR EM POESIA.


Se feliz, o poeta tá parado,
Sua alma se acalma de um jeito
Que o verso escapole do seu peito
Se faz verso, ele sai de “pé quebrado”.
Mas, se triste, é outro o resultado,
Sua dor e toda melancolia
Lhe empurram o punho, a grafia
E o trabalho tem toda perfeição.
A TRISTEZA AO POETA É COMBUSTÃO
PARA ELE PENSAR EM POESIA.

Alcimar Antônio de Souza

Nenhum comentário: