sábado, 6 de dezembro de 2014

Opinião

Novo governador terá que enfrentar com imediatidade problemas graves e urgentes e se afastar dos "mexericos"

Em de 1º de janeiro de 2015 tomará posse o novo governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PSD). A expectativa em torno do novo governo é grande, pois são muitos e são graves os problemas que afligem o povo potiguar. O que cada um espera é que o governo dê certo, afinal, assim acontecendo, os benefícios serão para todos os que moram nesta esquina da América do Sul.

Em todas as áreas, o governador Robinson Faria e a sua equipe de auxiliares terão que dar respostas imediatas e eficientes, pois em todas as áreas da Administração Estadual norte-riograndense existem problemas agudos a serem resolvidos.

Porém, avaliamos que ao menos em três aspectos o governador Robinson terá que agir mais enfaticamente, com maior rapidez e eficácia mais urgente.

Na área de segurança pública, o caos é absoluto. Faltam efetivos para as Polícias, faltam condições de trabalho, falta o regular funcionamento de um eficiente serviço de inteligência, faltam vagas no sistema prisional, há carência no quadro de agentes penitenciários, falta segurança para o cidadão no seu dia-a-dia, enfim, de tudo falta muito.

Nesse sentido, não se pode pensar em eficiência da segurança pública quando em algumas Delegacias de Polícia Civil o serviço - básico - de internet é pago pelos próprios policiais. Imagine o restante.

Na saúde, tem-se outra desordem generalizada. Nesse setor, o trabalho também há de ser redobrado. Os esforços hão de ser hercúleos. Nas unidades de saúde do Estado tem-se desde a carência de profissionais até a falta de condições dignas de trabalho e de atendimento à população. Hospitais Regionais funcionam com enorme precariedade.

Outro aspecto a merecer a imediata atenção do novo governador não está relacionada especificamente a uma ou outra área da atividade administrativa. Na verdade, diz respeito a toda a Administração Pública Estadual. É mais uma conduta ética e moral a ser adotada pelo novo governante.

Eleito fora do sistema de Alves e Maia, ao largo das chamadas oligarquias e até para alguns parecendo uma "zebra" no processo eleitoral, que tinha como amplo favorito o deputado federal Henrique Alves (PMDB), que contava com uma mega estrutura de apoios e partidos políticos, o ex-deputado estadual e vice-governador Robinson Faria tem a grande oportunidade de tornar ainda mais impessoal o agir administrativo, como aliás lhe determina o artigo 37, caput, da Constituição Federal.

Está passando da hora de alguém acabar de dar ouvido aos "mexericos" e ao disse-me-disse e de esquecer de uma vez por todas a velha e surrada prática das perseguições rasteiras e inúteis para o serviço público, situações que marcaram desde e sempre os governos do Rio Grande do Norte.

Chega de, ao invés de se pensar numa ampla solução para problemas urgentes, ficar o governador ouvindo liderança municipal que costuma ir ao Centro Administrativo, em Natal, para pedir que o governador transfira fulano (que foi seu adversário político) de um local para outro, que não mande ao seu Município aquele recurso financeiro que ele tanto precisa (só porque o prefeito atual não é do grupo de quem apoiou o governador na eleição passada), que não mantenha diálogo administrativo civilizado e necessário com prefeito A ou B...

Essas espécies de conduta não engrandecem em nada o governante, não resolvem os problemas que carecem de solução urgente e, o que é pior, só mantêm viva uma "cultura" ultrapassada, que lá adiante, quando o governador for novamente pedir votos para uma provável reeleição, poderá até lhe prejudicar mais do que ajudar.

É preciso que o novo governador tenha em mente que, fechadas as urnas e declarado o resultado do pleito, ele passou a ser o governador de todos os riograndenses-do-norte, e não apenas daqueles que declararam abertamente o apoio ao seu projeto político-eleitoral. A propósito, o voto, constitucionalmente, é secreto.

É preciso que o novo governador compreenda com serenidade e seriedade que, onde hyá democracia, sempre haverá contrariedade e que, sem essa democracia, ele, o novo governador, talvez nem pudesse ter concorrido ao posto máximo da política estadual.

Alcimar Antônio de Souza

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