terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Reflexão

Vou esperá-lo, como de costume

Mais um ciclo da terra em torno do sol vai chegando ao fim. Ele se aproxima. Tomará o lugar do que se vai.

O que se vai leva consigo muitas certezas, alegrias já vividas, decepções consumadas, dias de luta. Luta, a propósito, é termo que bem se emprega para enfatizarmos nossa busca constante pelo amor, pela felicidade, por mais dignidade, por mais produção no trabalho, pela vida...

O que está na iminência de chegar traz consigo esperanças, perspectivas, ilusões e sonhos.

Ah! os sonhos... São eles que nos embalam, que nos animam, que nos movem. São de várias espécies. Com eles continuamos quando a realidade que lhes sucede é bastante feliz e prazerosa; deles nos afastamos quando a realidade que vem depois não é tão doce.

Como sempre faço, vou esperá-lo, com a serenidade de quem espera na estação a pessoa querida prestes a chegar.

A data é sempre especial. É festiva. Trata-se da chegada de alguém ilustre, mas que logo se tornará menos importante, na proporção em que a terra retome o percurso constante - de milhões de anos - de gravitação em torno do astro rei.

Sem pressa - inclusive porque não há mais tempo para ela -, sem alarde - porque a mídia consumista já o faz -, sem receio - porque já passei da idade do medo de tudo -, vou esperá-lo.

Pouco antes da sua chegada, visitarei minha mãe, que me deu, além da vida, as mais importantes lições, pouco ensinadas em dias de hoje na escola e nos bancos da academia, ambas cada vez mais tecnicistas e menos humanistas. E visitarei também familiares muito próximos, afinal, o visitante nos impõe a isso.

Perto da sua chegada, pedirei a Deus estar ao lado de familiares e bons amigos. Pode até ser que sejam poucos, mas que sejam verdadeiramente bons amigos, pois dos maus amigos já me despedi junto com aquele que se vai.

Perto da sua chegada, pedirei a Deus que as esperanças e os sonhos logo dêem lugar a novas amizades, ao fortalecimento das antigas, a mais amor no coração dos homens e mulheres.

Que ele chegue trazendo para as famílias - inclusive a minha - um pouco mais de tranquilidade e paz social.

Que chegue desacompanhado da ambição que mata e destrói, da ganância que mutila o meio ambiente, da ira gratuita que mata pessoas inocentes, da intolerância que faz vítimas.

Que ele chegue colocando no meu coração e no coração de cada um mais humanidade, mais respeito ao próximo, mais amor....

Que 2013 seja lembrado por aquilo que de bom aconteceu; que 2014 seja um ano bem melhor.

Mas essa melhora não acontece tão naturalmente. Precisamos que cada um faça a sua parte. Começar por nós mesmos é sempre o melhor começo. Depois de melhorarmos individualmente enquanto seres humanos, então será a hora de buscarmos melhorar o mundo ao nosso redor.

A todos, feliz 2014!

Alcimar Antônio de Souza

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