sábado, 18 de abril de 2020

Véspera de feriado nacional

Governo do Estado decreta ponto facultativo na segunda-feira, 20

Na próxima terça-feira, 21 de abril, o País terá o Feriado Nacional de Tiradentes, líder da Inconfidência Mineira que se opôs a atos da Coroa Portuguesa no Brasil.

No dia 20, segunda-feira, será facultativo o comparecimento dos servidores públicos do Estado do Rio Grande do Norte ao trabalho, exceto para os servidores de atividades ou serviços essenciais envolvidos diretamente no combate ao novo coronavírus (Covid-19).

É assim que está disposto no artigo 1º do Decreto nº 29.624, de 16 de abril de 2020, da governadora Fátima Bezerra (PT):  "Fica declarado ponto facultativo no dia 20 de abril de 2020,  segunda-feira, nos Órgãos e Entidades da Administração Direta, excetuando-se aquelas atividades que sejam consideradas essenciais, bem como as atividades envolvidas no combate ao novo coronavírus (COVID-19)".

Congresso em Foco


“Bolsonaro beneficia milícias ao suspender identificação de armas”, diz Sou da Paz

Paloma Vasconcelos, da Ponte Jornalismo

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) usou o seu perfil pessoal no Twitter para informar que revogou, nessa sexta-feira (17/4), as portarias do Comando Logístico (Colog) nº 46, 60 e 61, de março de 2020, que tratavam do rastreamento, identificação e marcação de armas, munições e outros produtos.

A decisão do presidente fortalece as milícias e o desvio de armas, afirma Bruno Langeani, gerente do Instituto Sou da Paz, em entrevista à Ponte. Além disso, a decisão do presidente acontece em um momento onde todos os olhares estão para medidas governamentais de combate ao coronavírus.

“Quem faz as atividades dentro da lei, que pratica o tiro esportivo dentro da lei, não teria motivos para se preocupar com o aumento da rastreabilidade, com uma melhoria da marcação. Essa medida atinge e prejudica quem faz atividade ilegal”, declara.

O grupo que se privilegia dessa decisão do presidente são os CACs (caçadores, atiradores e colecionadores). Langeani aponta que nomes conhecidos do caso Marielle Franco, vereadora carioca assassinada em 14 de março de 2018, e do “Escritório do Crime”, grupo miliciano do Rio de Janeiro, fazem parte desse grupo.

“Não é coincidência que o assassino da Marielle [PM da reserva Ronnie Lessa] e o motorista [ex-PM Elcio Vieira de Queiroz] tivessem registro de atirador esportivo, tivessem comprados armas com esse carimbo do Exército. Não surpreende também que um outro miliciano, apontado como um dos chefes do ‘Escritório do Crime’, o capitão Adriano Magalhães da Nóbrega também tivesse armas registrados do Exército sob essa categoria”, argumenta.

A marcação de munições e armas é importante também para ajudar na elucidação de crimes.

A rastreabilidade das armas e munições, explica o gerente do Sou da Paz, é um assunto técnico e que é tratado apenas no Exército, sem passar pela presidência e pelo Ministério da Defesa.

“Um presidente se imiscuir em um tema como esse já é bastante incomum, ainda mais se a gente considerar que o Brasil está no meio de uma pandemia e todas a energias do principal líder do Executivo deveriam estar voltadas para a preservação de vidas e de combate à Covid-19”, critica.

Fonte: www.congressoemfoco.com.br

domingo, 12 de abril de 2020

Covid-19

Primeiro Ministro do Reino Unido tem alta hospitalar e agradece ao sistema público de saúde
O Primeiro Ministro do Reino Unido, Boris Johnson, recebeu alta neste domingo, 12 de abril, após interação hospitalar desde o dia 5 de abril, por ter sido infectado pelo novo coronavírus.
O premiê britânico fez um efusivo agradecimento ao Serviço Nacional de Saúde (sigla inglesa NHS), dizendo em uma mensagem de vídeo publicada numa rede social logo depois do anúncio de sua alta médica: "É difícil encontrar palavras para expressar minha dívida com o NHS por ter salvo minha vida".
Boris, de 55 anos de idade, estava sendo tratado no Hospital St. Thomas, em Londres, onde ficou por três noites da Unidade de Terapia Intensiva.
O Primeiro Ministro agradeceu aos médicos e também expressou a sua gratidão aos enfermeiros. Quanto a estes, ele fez menção especial a dois: Jenny, da Nova Zelândia, e Luis, de Portugal, sem porém citar seus sobrenomes.
Mesmo de alta hospitlar, o premiê ainda não sabe quando voltará ao trabalho. Por enquanto, ele ficará se recuperando na residência de campo oficial, em Cherquers.
Enaltecendo o serviço público de saúde dos britânicos, Boris Johnson afirmou, na mesma mensagem, que o Reino Unido estava progredindo no combate ao novo coronavírus "porque os britânicos formaram um escudo humano em torno do maio bem desse país: nosso Serviço Nacional de Saúde".
Boris Johnson foi um dos últimos líderes europeus a adotar medidas de restrição e de isolamento social. Mas o Reino Unido segue obedecendo às regras de quarentena e distanciamento social desde que foram estabelecidos pelo Governo.
O texto tem informações da Folha de São Paulo e da Agência Reuters.

sábado, 11 de abril de 2020

Do Blog Guamaré News

EPI´s: Costumeiros de Messias Targino produzem milhares de máscaras para serem doadas pelo grupo Guararapes no RN
Thaisa Galvão – E em cidades do interior do Rio Grande do Norte como Messias Targino, fábricas que integram o projeto Pró-Sertão, estão confeccionando máscaras encomendadas pela Guararapes para serem doadas a quem está trabalhando e precisa se proteger.
Em Messias Targino, onde a prefeita Shirley Targino decretou medidas para evitar a propagação do coronavírus, o trabalho dos costureiros é considerado essencial.
Além de atender os pedidos da Guararapes, a pequena fábrica de Messias Targino já recebe encomendas de prefeituras de outros municípios, preocupados com a proteção de suas populações.
O custo total de cada máscara não passa de um real.
Fonte: www.guamarenews.com.

Opinião

Para alguns é melhor dissimular do que ouvir verdades
Por Carlos Alberto Barbosa
Quando no final de março Anthony Fauci, especialista em doenças infectocontagiosas e conselheiro do presidente Donald Trump para a pandemia do novo coronavírus, afirmou que entre 100 mil e 200 mil pessoas podem morrer nos Estados Unidos vítimas da Covid-19, o mundo se espantou.
“Em função do que vemos hoje, diria que entre  100 mil e 200 mil”, afirmou o doutor Fauci ao canal CNN sobre o possível número de mortes. Ele também citou “milhões de possíveis casos”. 
Cauteloso, o diretor do Instituto Nacional de Doenças Infectocontagiosas recordou, no entanto, que os modelos sempre são baseados em diferentes hipóteses. 
“Apresentam o pior e o melhor cenário. E geralmente a realidade fica em algum ponto intermediário”, explicou. 
Contudo, a percepção do tamanho da tragédia do coronavírus na cidade de Nova York ganhou novos contornos depois que vieram à tona imagens de pessoas com trajes especiais enterrando caixões em valas comuns na última sexta-feira (10)
Me reporto ao fato, pois que no Rio Grande do Norte um grupo de especialistas da Universidade Federal (UFRN) e o médico Ricardo Volpe apresentaram estudos parecidos sobre o aumento de casos da Covid-19, levando em consideração o fato de parte da população do estado não está vivenciando uma mitigacão legítima, ou seja, quando aceita que não se pode deter a doença e trata de evitar ao máximo casos de contágio que fariam colapsar os sistemas público e privado de saúde, embora o governo já tenha baixado vários decretos para evitar que isso venha a ocorrer como aconteceu na Itália, por exemplo.
Neste momento se faz necessário, mais do que nunca, alertar a população da importância da mudança comportamental ficando em casa e saindo a rua em caso de extrema necessidade. Percebe-se claramente que nos últimos dias houve um relaxamento no isolamento. Não é hora pra isso. Desacreditar os estudos realizados por especialistas é um desserviço à sociedade, como alguns vêm fazendo e até “jornalistas” que têm o papel fundamental, neste momento, de esclarecer a população sobre os perigos desse vírus que tem levado milhares a morte em todo o mundo.
Fingir que está tudo sob controle e debochar de estudos sérios com base científica, quando se percebe que o número de casos confirmados da Covid-19 aumenta em todo o país e, claro, também no Rio Grande do Norte, só faz sustentar o argumento de que a doença não passa de “uma gripezinha”, enquanto o coronavírus se alastra por todo o planeta.
O autor do texto é jornalista, titular do Blog do Barbosa e colunista do portal No Minuto
Fonte: www.blogdobarbosa.jor.br

sexta-feira, 10 de abril de 2020

#FIQUEEMCASA

Números mostram que o isolamento social desacelera o contágio pelo novo coronavírus

Até esta sexta-feira, 10 de abril, os números de infectados e mortos pelo novo coronavírus (Covid-19) no Brasil e no mundo são assustadores.

Entretanto, poderiam ser piores. Especialistas do assunto dizem que, se não fossem as medidas de isolamento e distanciamento social implantadas no Brasil por governadores e prefeitos, a situação certamente estaria bem pior, semelhante ao que se vê na Itália, na Espanha e nos Estados Unidos da América, que apenas adotaram essas medidas restritivas depois que a situação ficou gravíssima em todos eles.

É preciso não afrouxar as regras de isolamento e distanciamento social agora. A pandemia continua forte e os números de infectados pela Covid-19 no Brasil e no mundo ainda assustam. Faz-se necessário que a campanha FIQUE EM CASA, amplamente difundida na televisão, no rádio e na internet, continue sendo praticada por todos os que puderem permanecer isolados.

Os poucos países que não adotaram as regras de isolamento social (como por exemplo Japão e Suécia) viram crescer os números de contágios e mortes pela Covid-19. Esses poucos países já começam a aderir às normas de distanciamento social, a exemplo do que já faz a imensa maioria dos países afetados pelo novo coronavírus.

Para se ter uma ideia da gravidade do problema, o Governo da Índia colocou em quarentena toda a sua população, de mais de um bilhão de pessoas. E por lá não se faz carreata contra o isolamento social.

O novo coronavírus é de propagação demasiadamente acelerada. Ficar em casa nesse momento continua sendo a melhor e mais eficaz maneira de diminuir o número de contaminações de Covid-19, permitindo-se com isso que o sistema de saúde possa melhor atender aos que precisarem de seus leitos.

O Blog não trouxe números, amplamente divulgados e disponíveis em todas as mídias, porque os de agora, da publicação dessa postagem, certamente não serão os de trinta minutos depois.

Semana Santa

Igreja Católica realiza celebrações sem a presença física dos fiéis nos seus templos

Os cristãos-católicos de todo o mundo estão vivendo uma Semana Santa bem diferente. Por causa da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), as celebrações desse período, que retrata o sofrimento, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo, estão acontecendo em Igrejas fechadas, com tansmissões pela internet, pelo rádio e pela televisão.

Essa forma de manter as celebrações vem desde o Vaticano, com o Papa Francisco cumprindo os ritos sagrados da Semana Santa ladeado de pouquíssimas pessoas.

Em algumas cidades do Brasil e de outros países, padres e bispos da Igreja Católica também saíram às ruas, em carros abertos e até em helicóptero, para levar as bênçãos de Deus aos milhares de fiéis, que esperam na frente das casas e nas janelas ou varandas de apartamentos.

A situação é singular, diferente de anos e décadas anteriores, em que, nesse período, as Igrejas ficavam lotadas de pessoas para celebrar e refletir essa passagem da vida de Jesus Cristo, que se inicia com a sua volta triunfal a Jerusalém (Domingo de Ramos), passando por vários atos (cerimônia do Lava-Pés, instituição da Eucaristia), por seu julgamento e crucificação (Sexta-Feira Santa), até chegar à Vigília Pascal (Sábado de Aleluia) e à Festa da Páscoa (Domingo de Páscoa).

A situação também mostra que a fé em Deus é capaz de superar barreiras e limites, estando a tecnologia e outros instrumentos da modernidade a serviço da fé.

Do Blog da Cidadania

Saudoso dos dízimos, Malafaia surta com desembargador
A Justiça do Rio de Janeiro determinou que o pastor Silas Malafaia não realize cultos em suas igrejas, a Assembleia de Deus Vitória em Cristo. A decisão do desembargador Agostinho Teixeira ocorreu na última quinta-feira, 9. O magistrado acolheu um pedido do Ministério Público estadual e estabeleceu uma multa de R$ 10 mil em caso de descumprimento. Em entrevista exclusiva a VEJA, Malafaia afirma ser “absurda” e uma “vergonha” a proibição. O religioso alega que, desde 19 de março, não abre mais as portas dos templos aos fiéis para evitar aglomeração em meio à pandemia de coronavírus.
“É (uma decisão) absurda. Ninguém pode ser processado duas vezes”, ressaltou Silas Malafaia. “É uma vergonha. O processo foi redistribuído. O desembargador não teve nem o trabalho de ver que já havia uma decisão”, completou o pastor, lembrando que o seu advogado só conseguiu acesso ao texto na tarde desta sexta-feira
Malafaia refere-se a uma decisão, em 21 de março, do também desembargador Sérgio Seabra, do Tribunal de Justiça do Rio. Nela, o magistrado deferiu, em parte, uma liminar que mantinha as igrejas fechadas para cultos presenciais, mas abertas para receber pessoas, sem aglomeração. Antes, o juiz de plantão Marcello de Sá Baptista havia negado a suspensão dos cultos, como mostrou VEJA em 20 de março. O MP, então, recorreu. Segundo a justificativa de Baptista, o governo do estado, à época, não tinha “determinado a interrupção” e o Legislativo “não criou uma lei neste sentido”. No mês passado, no entanto, o governador Wilson Witzel publicou decreto suspendendo eventos e atividades com a presença de público.
Mesmo com as decisões do juiz Marcello de Sá Baptista e do desembargador Sérgio Seabra, Silas Malafaia anunciou, em vídeo divulgado em uma rede social, que faria os cultos pela internet, mas manteria os templos abertos. Antes da polêmica, o pastor estava realizando cultos mesmo com os casos de Covid-19. No estado do Rio, a Assembleia de Deus Vitória em Cristo conta com 70 templos. Só na sede principal, na Penha, Zona Norte, a capacidade é para 6.580 fiéis.
A nova decisão do desembargador Agostinho Teixeira diz: “Penso que, nesse estado de crise, sem precedentes, as igrejas também devam suspender as suas atividades presenciais, resguardando assim a saúde e o direito fundamental à vida”. Ele cita ainda decreto do presidente Jair Bolsonaro que inclui igrejas como serviços essenciais. Mas destaca ter levado em consideração a manifestação do Supremo Tribunal Federal (STF), que reconheceu a competência dos governos estaduais em adotar medidas restritivas.
Fonte: www.blogdacidadania.com.br

quarta-feira, 8 de abril de 2020

Luto

Messiense radicado em Mossoró morre vítima da Covid-19





Foto: Internet

Morreu em Mossoró, na madrugada desta quarta-feira, 8 de abril, Elias Fernandes Jales Neto, filho de Cícero Jácome de Lira ("in memoriam") e Madalena Jales.

Neto de Cícero de Aderaldo, ou Neto da Panelada, como era mais conhecido, tinha cinquenta e oito anos de idade e sofria de diabetes. Residia em Mossoró há décadas.

Há cerca de nove dias ele foi internado no Hospital Wilson Rosado, em Mossoró, com sintomas da Covid-19, ou novo coronavírus.

Em nota, a Prefeitura Municipal de Mossoró informou que a morte foi decorrência do novo coronavírus.

O sepultamento acontecerá em Mossoró, com as restrições que a pandemia de Covid-19 impõe.

Neto era comerciante e advogado

Cícero Jácome de Lira e Madalena Jales, pais de Elias Fernandes Jales Neto, deixaram Messias Targino há muitas décadas atrás e foram tentar a vida em Mossoró.

Cícero abriu um pequeno comércio no Mercado Central de Mossoró, onde passou a vender  panelada, logo se tornando bastante conhecido, tanto pela simpática pessoa que era como pela excelência da qualidade do produto que vendia.

Com muito trabalho e dignidade de sobra, Cícero e Madalena criaram, educaram e formaram todos os filhos.

Um desses filhos de Cícero da Panelada era Elias Fernandes Jales Neto, formado em Direito pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN, inscrito como advogado nos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB.

Com a morte do pai, ocorrida há mais de vinte anos, Elias Fernandes Jales Neto assumiu o negócio do pai, e passou a cuidar do comércio instalado no Mercado Central. Passou a ser então conhecido como Neto da Panelada, uma das pessoas mais queridas de Mossoró.

Elias Neto também advogou, e buscava conciliar os dois ofícios, pois continuar vendendo panelada significava manter a tradição do seu genitor, Cícero Jácome de Lira.

Em algum período Elias Neto chegou a se afastar temporariamente do comércio, mas acabou retornando, muito mais por amor e manutenção da tradição.

A tradição da panelada em Mossoró foi, recentemente, matéria exibida pelo RNTV 1ª edição, ou RN1, telejornal da InterTV Cabugi, emissora afiliada da Rede Globo no Rio Grande do Norte (clique aqui).

segunda-feira, 6 de abril de 2020

Causo jurídico

Investigação de paternidade com prova reduzida

O saudoso amigo e colega Ribamar Ferreira de Lima, brilhante tribuno do Júri Popular, também se aventurava nas demandas cíveis. Tinha uma longeva atuação advocatícia nos Estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte, e vez por outra ainda atuava aqui e ali fora desses dois Estados.

Vem dele um dos fatos mais inusitados na área do Direito de Família. Na verdade ele não era advogado nem do promovente nem do promovido. Mas, segundo disse, assistiu a tudo porque, na condição de advogado, foi-lhe permitido presenciar os fatos da antessala da audiência até a própria sala da audiência.

Os dados principais, em respeito às partes em litígio e até em obediência à regra processual do segredo de justiça, vamos ocultar. Como se diz no jargão popular, vamos “contar o milagre sem dizer o nome do santo”.

O episódio ocorreu numa dessas pequenas Comarcas do interior da Paraíba. Tratava-se de uma investigação de paternidade. O autor (investigante) já era um garoto crescido, e o réu (investigado) era um senhor de idade já bastante elevada.

Mas, antes de essa investigação virar processo, é preciso esclarecer que, no dia a dia daquela comunidade pequena, o investigante e o investigado já se tratavam como pai e filho.

O problema era que, como o investigante havia nascido fora do casamento do investigado, a esposa deste, certamente como sanção pela traição do marido, não permitia que ele reconhecesse espontaneamente aquela filiação. “Só se fizer o DNA na Justiça”, bradava ela.

Com a moral em baixa e para atender ao capricho da sua senhora, que nunca se conformou com a infidelidade conjugal do seu marido, o investigado comunicou ao investigante que somente lhe daria o sobrenome num registro de nascimento se fosse feito o teste de DNA num processo judicial de investigação de paternidade.

E foi por isso que o menino, adolescente quase rapaz, através da sua genitora resolveu ajuizar uma ação de investigação de paternidade.

No dia da audiência, quando as partes do processo e seus respectivos advogados aguardavam a chamada para ingresso na sala do magistrado, ambos – autor e réu – ficaram meio amuados, fisicamente afastados, inclusive porque havia outras audiências na mesma pauta e também havia outras pessoas acomodadas naquele apertado espaço físico.

Tão logo o oficial de justiça fez o pregão (chamamento das partes para entrarem na sala de audiência), o investigado e seu advogado apressaram-se em entrar na sala do juiz.

O investigante, seguindo a cena, quis também entrar logo. Porém, seu advogado, profissional de décadas de atuação e dono de larga experiência, pegou o investigante pelo braço e impediu que ele entrasse de imediato na sala de audiência. Disse-lhe alguma coisa ao ouvido e somente depois os dois finalmente adentraram no recinto solene.

Assim que ingressou na sala das audiências, o investigante, em atitude aparentemente espontânea, dirigiu-se ao investigado e, repetindo um gesto quase diário, falou em bom tom: “Bença, pai”. E o investigado, ainda mais natural, respondeu-lhe: “Deus lhe abençoe, meu filho”.

O magistrado então resumiu: “Não tenho mais interesse em provas. Se as partes quiserem insistir, fiquem à vontade”.

Diante disso, e somando-se ao fato as enormes aparências físicas entre pai e filho, as partes resolveram por fim ao litígio. Para desgosto da esposa do investigado, o reconhecimento da paternidade aconteceu sem o exigido teste de DNA. Porém, como que em alento, ocorreu num processo judicial.

E ao final das contas, justiça foi feita!

Alcimar Antônio de Souza