Finalmente encontramos Jesus
A data é marcante: já
se vão dois mil e dezessete anos desde o nascimento de Jesus Cristo, o filho de
Deus. É o maior aniversário de todos os que passaram pela terra. Para nós,
cristãos, tem significado especial, único, de relevância sem medida.
Em razão da data,
lembramos que precisamos melhorar enquanto pessoas, seres humanos, cristãos.
Apressamo-nos em enviar mensagens e desejar a todos um Feliz Natal. Em tempos
de redes sociais virtuais, até padronizamos a mensagem e num clique a remetemos
para dezenas ou centenas de contatos.
De fato, precisamos
desse dia, de nascimento do Menino Jesus, para lembrarmos mais firmemente que
Ele existe, que seus ensinamentos ainda deveriam estar em vigor.
No resto do ano, em
geral voltamos a nossa atenção para preocupações diversas, para assuntos que
nem têm tanta importância assim.
Guiados por uma grande mídia
deformadora de opinião e desvirtuadora de valores, aos poucos vamos perdendo
nossa humanidade e até parece que nos tornamos robôs, pois costumamos praticar
ações em série, iguais às de milhares de pessoas. Quando se fala de consumismo
desenfreado, então, somos praticamente iguais.
Ao longo do ano, Jesus
passou ao nosso lado em diferentes formas, à sombra de irmãos aflitos,
desesperados, muitas vezes sem ter o básico para viverem. Não o vimos.
Ele esteve presente
naquela conversa familiar ou entre amigos em que poderíamos ter dado uma melhor contribuição
para um desfecho saudável. Também o ignoramos.
O Filho de Deus dividiu
os campos de miseráveis que fogem das guerras e da fome em todas as partes do
mundo. O problema não é nosso, nem de nossos “irmãos” que já moram nas áreas
que seriam o destino desses migrantes. Ninguém os quer. Assim fazendo, também
não querem Jesus.
No conforto do lar, de
frente à televisão, fazemos até torcida em meio às loucuras dos líderes
políticos da Coreia do Norte e dos Estados Unidos da América. Esboçamos um
tremular de bandeira em favor de um dos dois estúpidos presidentes. E nem
lembramos que por trás dessa possível guerra, motivada pela atitude de dois egocêntricos líderes, muitos inocentes morrerão. Mas a morte não combina com Jesus, que morreu para
nos dar vida, e vida em abundância.
Vemos pertinho a droga
dizimar o futuro, a saúde e até a vida de milhares de jovens. Ficamos inertes.
Até nos acostumamos a dizer, já em bordão, quando a imprensa noticia que a
vítima de assassinato era envolvida com drogas: “um a menos”.
Continuamos a tolerar,
como se fosse normal, o preconceito de raça expressado por pessoas que se acham
melhores do que outras porque são brancas e têm dinheiro. Lembramos que quando
Jesus se fez homem e habitou entre nós, escolheu nascer numa etnia que não é
branca, nem tem olhos azuis.
Passamos o ano
indiferente a tudo o que nos possa tirar da nossa zona de conforto. O problema
dos irmãos não é nosso.
Finalmente, passados
mais de vinte dias do último mês do ano, lembramos que precisamos encontrar
Jesus Cristo, que ainda sofre a concorrência da figura comercial do Papai Noel,
o maior garoto propaganda de uma sociedade capitalista e consumidora.
Agora, sim, olhamos o
presépio e podemos constatar que Jesus Cristo foi nascer na periferia de Belém,
numa manjedoura, dentro de um estábulo. O Príncipe da Paz esbanjou humildade
desde o nascimento.
Agora, sim, finalmente
encontramos Jesus. E então repetimos seus ensinamos a muitos, na forma de
desejos de paz, saúde, felicidade, amor.
Quão bom seria se Dele
não esquecêssemos pelo resto do ano que está por vir; que realmente
conseguíssemos ser um pouco mais cristãos, mais humanos, fazendo exatamente
aquilo que nos foi ordenado: amar a Deus sobre a todas as coisas e amar ao
próximo como a nós mesmos!
De toda sorte, Feliz
Natal!
Alcimar Antônio de
Souza