segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Opinião

DILMA DEMITE BONNER

Paulo Henrique Amorim
 
Bonner achou que a Dilma era o Aécio ou o Eduardo e ia empurrar a Dilma contra a parede no debate de 15′ no jn.

Deu-se mal.

Numa televisão séria, Bonner teria voltado para o Rio sem emprego.

Dilma não se deixou emparedar e assumiu o controle de todas as respostas.

Empurrou a questão da corrupção pela goela abaixo dos tucanos – que sobrevivem no jn.

Lula e ela estruturaram o combate à corrupção. Deram autonomia à PF e ao MP.

No Governo dela e de Lula não tinha um Engavetador Geral da República.

A Controladoria Geral da União se tornou um orgão forte no combate ao malfeito.

Ela aprovou a Lei de Acesso à Informação (podia ter dito que o partido do jn, o PSDB, tomou como primeira providência ao chegar ao poder, com FHC, extinguir uma Comissão de Combate à Corrupção).

(Aliás, Bonner disse, na abertura, numa gaguejada, que o PSB era o PSDB … Lapso freudiano …)

Dilma ressaltou que nem todas as denuncias (do jn) resultaram em crimes comprovados.

Bonner tentou jogar a mais óbvia casca de banana: obrigar a Dilma contestar o julgamento do do STF sobre o mensalão.

Ela tirou de letra: Presidente da República nao discute decisão de outro Poder.

Bonner insistiu.

Deu-se mal.

A Poeta, finalmente, justificou a passagem, e invocou o Datafalha para dizer que o problema do brasileiro é a Saude.

Dilma enfiou-lhe pela garganta o sucesso retumbante do Mais Médicos, que atende 50 milhões de brasileiros.

Bonner revelou sua aflição, mal se continha na cadeira, bradava “a Economia !”, “a Economia !”, como se fosse sua bala de prata.

Dilma continuou, no comando dos trabalhos, a falar do problema da Saúde.

Quando bem quis, concedeu ao Bonner o direito de falar sobre a Economia !

E ele veio com  xaropada da Urubóloga.

(Interessante que o Bonner pensa que ninguém percebe que a pergunta dele, na verdade, é uma longa exposição daquilo que ele quer que o espectador pense que seja a verdade dos fatos. Ele quis falar mais que a Dilma. Ele se acha…)

Inflação explodiu !, disse o entrevistador/candidato.

Sobre a inflação, Dilma mostrou que ele não sabe nada.

A inflação é negativa.

Todos os indices estão em ZERO !

Sobre o crescimento, falou uma linguagem que o Bonner ignora: “indicadores antecedentes”.

Os dados de hoje sobre o consumo de papelão e energia indicam elevação do PIB no segundo semestre.

Dilma estourou os 15 minutos.

Continuava a falar, enquanto o Gilberto Freire com “I” (*) devia berrar no ponto do Bonner “corta ela !”.

E ela na dela.

Terminou por dizer que nao foi eleita para fazer arrocho salarial. Ou para provocar desemprego.

“Corta !”, devia berrar o “ï” no ouvido do Bonner. “Corta ! Não deixa ela falar !”.

E ela, na dela: “vamos continuar a fazer um país de classe média, como o Presidente Lula começou a fazer.”

“Corta, Bonner !”, no ponto.

“Eu acredito no Brasil”, disse ela, como se conversasse com o neto, numa tarde de domingo.

Só faltou dizer: “Bonner, eu não sou o Aécio, o Eduardo e muito menos a Bláblá”.

“Pode vir quente !, meu filho. Esse teu dedo indicador só assusta a Fátima !”

Paulo Henrique Amorim é economista, jornalista e apresentador de TV

Fonte: www.conversaafiada.com.br

Eleições 2014

Morte de Campos cria cenário de comoção social e irracionalidade política

As mortes de Eduardo Campos, ex-governador de Pernambuco e candidato ao cargo de Presidente do Brasil, dos seus dois pilotos e dos seus assessores de campanha, em acidente aéreo ocorrido em Santos-SP ainda recentemente, colocaram em estado de tristeza os familiares das vítimas e todo o povo brasileiro, que lamentou profundamente a tragédia.

Todos, sem exceção, ficaram tristes por mais essa tragédia nacional, de enorme repercussão e de muitos efeitos na vida política do País. O sentimento de solidariedade humana impôs essa tristeza coletiva, afinal, a vida humana tem sempre um valor imensurável.

Porém, no campo político, a tragédia tende a ser explorada para fins eleitoreiros, o que se afigura como um enorme equívoco.

Embora tenha dito desde o primeiro instante em que soube da fatídica notícia de que não falaria de imediato sobre eleições, a então candidata a Vice-Presidente da República na chapa de Eduardo Campos, Marina Silva, costurou, desde o início, a sua troca de posição na chapa, para ser alçada à condição de Presidente pelo PSB e pelos demais partidos que formam a coligação que dava sustentação à postulação do pernambucano Eduardo Campos (clique aqui).

Até no sepultamento de Eduardo, Marina aproveitou para fazer fotografias que, certamente, serão usadas em campanha eleitoral, como assim noticiou a parte da mídia que não se põe a serviço da direita brasileira (clique aqui).

Como gesto de solidariedade, políticos de diversas matizes e de pensamentos diferentes foram ao velório de Eduardo Campos, em Pernambuco, o que, do ponto de vista humanitário, é absolutamente normal e até elogiável.

O que não se pode elogiar, porém, é que, num gesto politiqueiro pequeno e mal-educado, vaias sejam dirigidas à atual Presidente da República, Dilma Rousseff, e ao ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vaias estas sonorizadas em pleno velório de Eduardo. Isto, sim, é absoluta falta de educação e enorme desrespeito a quem, como ser humano, foi prestar à família de Campos a sua solidariedade.

Marina e parte do PSB, tentando dar à campanha eleitoral um forte apelo emocional, geralmente irracional, passaram a explorar na mídia a já referida tragédia e agora querem que a  viúva de Eduardo, Renata Campos, seja a candidata a Vice-Presidente da República na chapa provavelmente encabeçada por Marina.

O eleitor, entretanto, precisa ter cuidado, pois a solidariedade prestada numa tragédia não pode servir de critério para se votar em alguém.

Não é demais lembrar que Eduardo Campos era apenas o terceiro colocado nas pesquisas de intenção de voto para Presidente da República e o seu candidato a governador pelo Estado de Pernambuco também não liderava as pesquisas eleitorais na terra do frevo e do maracatu.

Dentre outras críticas que se fazia a Campos estava o fato de ele ter se empenhado para indicar a sua mãe, Ana Arraes, para o cargo de ministra do Tribunal de Contas da União - TCU, prática bastante semelhante a de outros políticos tradicionais, socialmente reprovada por grande parte da população.

Quanto a Marina, resta saber se ela manterá aquela postura de defensora intransigente de diversos pontos relacionados ao meio ambiente, quando agora conta o apoio de deputados federais que compõem a chamada bancada ruralista, aquela que defende o agronegócio em detrimento da plena conservação do meio ambiente e das reservas naturais.

Marina tem se notabilizado por seguidas e grande turbulências pelos partidos nos quais passou. Virou as costas para o Partido dos Trabalhadores - PT, que lhe deu guarida e lhe projetou nacionalmente, pelo qual inclusive foi eleita Senadora da República, e também saiu do Partido Verde - PV brigada com grandes figuras da legenda verde.

Sem conseguir fundar a Rede Sustentabilidade, seu partido, Marina foi obrigada politicamente a se filiar ao PSB, de Campos, mas já advertindo a Rede, na época, que a permanência de Marina no partido socialista seria transitória, e somente se daria até a implementação da Rede, como assim já tinha sido anunciado à imprensa nacional (clique aqui).

A propósito, é de se questionar sobre a competência de quem pretende governar o Brasil mas não teve a capacidade de criar o seu próprio partido político, quando políticos e grupos bem menos preparados o fizeram desde sempre.

Alcimar Antônio de Souza