À memória dos mortos, com carinho
Neste dia 2 de novembro
milhares de pessoas vão aos cemitérios para homenagear seus parentes e amigos
que se foram. Outros preferem fazer as suas orações ou as suas homenagens em
igrejas ou mesmo em suas casas. Poucos passarão despercebidos de que o dia é
dedicado à memória dos que partiram dessa vida.
Como se dá em datas
festivas, o comércio também estará em alta no Dia de Finados. Nesse dia 2 de novembro,
flores, velas e adereços estarão à venda nas ruas das cidades e principalmente
nas imediações e entradas dos lugares sagrados para os mortos. O dia também é
de faturamento para os vivos, que precisam alimentar famílias e pagar as suas
contas.
Mas, a essência da data
é única: lembrarmos com mais carinho daqueles que, em vida, tiveram por nós
algum carinho, algum afeto, ou simplesmente nos amaram, como nos casos de
nossos pais, mães e parentes mais próximos. Bons e inesquecíveis amigos também
formam esse grupo da saudade eterna.
Se é certo que a
tristeza nos consumirá a cada visita de cada sepulcro, também é certo que
sairemos de lá um pouco aliviados. A saudade continuará apertando o peito,
porém avivaremos na consciência as boas lembranças que, em vida, foram
plantadas por aquelas pessoas de cuja existência agora somente recordamos,
ajudados por registros documentais que nos remetem a momentos alegres daquela
convivência.
“Visitar nossos mortos”
nesse dia 2 de novembro não pode jamais ser compreendido como um dever, uma
obrigação. De forma alguma! Pela correria da vida – que ironia! - e por outras
razões que explicam a origem do Dia de Finados é que nos foi reservado no
calendário anual um dia específico para que possamos lembrar com mais realce e
com mais entusiasmo das pessoas que nos deixaram nessa vida terrena.
Sim, entusiasmo!
Afinal, embora o dia seja de finados, devemos cuidar de celebrar a vida, pois
aqueles a quem realmente amamos de fato nunca morrem em nossas lembranças e em
nossos corações. Com a morte, cria-se um hiato pela separação natural dos
corpos, mas a lembrança de nossos parentes e amigos que se foram continua
presente em nossas mentes e em nossos sonhos noturnos, gastando também nossos
neurônios.
Particularmente, tenho
muitos a recordar, inclusive de avós, tios, primos queridos, pai e mãe. E,
nesse dia, deles quero relembrar os gestos de beleza humana que marcaram nossas
relações em vida. Na medida do possível, farei uma visita à nova “casa terrena”
e simbólica de cada um. Para aqueles a quem não poderei visitar seus restos
mortais, farei a minha oração silenciosa, como tenho feito repetidamente, pedindo
ao Senhor Deus que sempre os mantenha no lugar destinado aos justos, porque de
fato foram corretos e justos durante suas passagens por este mundo material.
A minha mãe Maria do
Junco, renovo o meu pedido de desculpas pelo que fiz de errado aos seus olhos.
E, se me escutas, tenhas uma certeza: a senhora me faz muita
falta!
Alcimar Antônio de
Souza