As velhas táticas da grande imprensa em períodos eleitorais
A chamada grande imprensa do Brasil continua querendo (e
conseguindo) dar o tom das campanhas eleitorais, muito embora, ao final, nas
últimas eleições, tenha errado bastante nas táticas e nas projeções.
Dia desses encontraram um helicóptero pertencente a um grupo
político ligado ao PSDB e a Aécio Neves entupido de cocaína. Noticiaram
rapidamente o fato e pronto: nunca mais tocaram no assunto. Por quê?
Ainda do PSDB mineiro, descobriram que possivelmente o então
governador de Minas Gerais, agora candidato a presidente Aécio Neves (ou Aébrio
Neves, ou Aéreo Neves), fez com que o Governo de Minas (dele, governador)
comprasse um terreno de um tio avô e ali construísse um aeroporto, que nunca
funcionou propriamente como uma aeroporto público, inclusive porque os parentes
de Aécio, segundo mostrou rapidamente a mídia, tinham as chaves para acesso ao
local, mesmo o imóvel tendo sido "desapropriado" pelo Governo de
Minas Gerais. Qual foi o resultado das investigações? Ninguém sabe, pois a
grande mídia pôs o assunto debaixo do seu tapete.
No mesmo tema de aeronaves, ainda tem o caso do jatinho que
até pouco tempo era utilizado por Eduardo Campos e Marina Silva na campanha
presidencial. Até empresa fantasma é suspeita de ter "colaborado"
para a aquisição da mordomia espacial da dupla Campos e Marina. O assunto
também caiu no "esquecimento" da imprensa marron.
Saindo do ar e voltando à terra firme, temos ainda o
escândalo dos trens e do metrô de São Paulo, que têm suspeitas de
superfaturamentos e propinas desde o primeiro governo paulsita do PSDB, no caso
de Mário Covas. Ninguém mais fala, ninguém mais viu.
Em Pernambuco, Eduardo Campos, sucedido na candidatura a
presidente ainda no seu velório por Marina Silva (sua então candidata a
vice-presidente), era (ou deveria ser) investigado por denúncias de corrupção
na construção ou na reforma de um porto. O assunto também foi propositadamente
"esquecido" pela grande imprensa.
Agora, não se sabe interessando exatamente a quem, uma
delação premiada de um ex-diretor da Petrobrás se tornou do conhecimento
público. Ora, uma das características da delação premiada é justamente o
sigilo, inclusive para que as investigações não sofram prejuízo.
Mas, por que razão a Polícia Federal ou o Ministério Público
Federal iria deixar vazar informações dessa mais recente e histórica delação
premiada? Simples, nem um nem outro deixou vazar qualquer informação. Alguém vem
"plantando" a notícia (como se diz no jargão jornalístico), ou mesmo
vem cometendo crime, tornando públicas informações que deveriam ser sigilosas.
O engraçado disso é que, quando se fala nos nomes de Eduardo
Campos, companheiro de Marina, e de outros políticos brasileiros, como
possíveis envolvidos, aí a informação não é verdadeira. Quer dizer que só será
verdadeira para integrantes do governo?
É nítido que, mais uma vez, a grande imprensa brasileira,
conversadora e elitista, manipula, inventa e distorce informações e fatos, para
os apresentar à sociedade de acordo com os interesses daqueles que não se
conformam em ter perdido o poder para um torneiro mecânico, que se tornou
Presidente do Brasil e depois ajudou a eleger para o mesmo cargo uma mulher
que, na juventude, pagou com a própria liberdade o preço por lutar para que eu
e você possamos usar espaços como esse, próprios da DEMOCRACIA, para emitirmos
abertamente as nossas opiniões, sem censura alguma.
Alcimar Antônio de Souza
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