Democracia frágil? Nem tanto...
Alcimar Antônio de Souza
Muitos dizem que a democracia brasileira é frágil, cheia de falhas, e certamente o nosso regime democrático tem sim as suas falhas. No entanto, noutros aspectos, ela se apresenta forte e às vezes até exacerbada.
Em alguns países redemocratizados, ou recém democráticos, ditadores militares e seus asseclas foram duramente punidos depois que foi instalado ou reinstalado o regime democrático. Governantes tiranos e seus fiéis seguidores pagaram caro pelo mal que fizeram a muitas pessoas, que foram presas, torturadas e até mortas por regimes totalitários, como os que tivemos no Brasil e noutros Países da América do Sul, tudo isso com o aval e o apoio dos Estados Unidos da América.
No Brasil, militares torturadores foram beneficiados pela Lei da Anistia e herdeiros da ditadura, que diretamente ajudaram àquele regime de exceção a manter sob o jugo das armas uma nação inteira e, em troca, foram nomeados pelos militares para cargos públicos, foram também agraciados pelos bons ventos da democracia.
De fato, muitos dos políticos brasileiros que nasceram nos braços da ditadura militar continuaram na vida pública após a redemocratização do País, posando agora de democráticos. Antonio Carlos Magalhães (na Bahia), Marco Maciel (em Pernambuco), Lavoisier Maia (no Rio Grande do Norte) e José Agripino Maia (no Rio Grande do Norte) são exemplos desses democratas, que antes serviam diretamente ao regime militar. Lavoisier e Agripino, por sinal, foram nomeados governador do RN (o primeiro) e prefeito de Natal (o segundo) pelos (des)governos dos militares.
Diante disso, pergunto: A nossa democracia é frágil? Nem tanto...
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