Temer e Moreira Franco recebem tratamento diferenciado
Quando a presidente eleita Dilma Roussef (PT) nomeou o ex-presidente da República Luís Inácio Lula da Silva (PT) para o cargo de ministro-chefe da Casa Civil, o mundo veio abaixo.
O Ministério Público Federal - MPF, através da Procuradoria-Geral da República logo ajuizou uma ação no Supremo Tribunal Federal - STF, que mais apressado ainda determinou a suspensão da nomeação de Lula ao cargo de ministro, através de decisão monocrática e liminar do ministro Gilmar Mendes.
A alegação era a de que Dilma, com o ato, estaria tentando dar foro privilegiado a Lula em função das investigações da Operação Lava-Jato.
Eis que agora o presidente não-eleito Michel Temer (PMDB) resolveu dar status de ministro a Moreira Franco, que segundo a grande imprensa foi citado trinta e quatro vezes em uma única delação da empreiteira Odebrecht, na mesma Operação Lava-Jato, acusado de receber propina. Seu codinome por lá era "Angorá" (clique aqui).
A grande imprensa, que em parte serve ao golpe de Estado em execução, mal fala sobre o tema.
A Procuradoria-Geral da República e o Ministério Público Federal como um todo se calaram e o Supremo Tribunal Federal, apesar de somente poder agir se for provocado, também faz de conta que o assunto não lhe interessa.
O ministro Gilmar Mendes, que tantas vezes se pronunciou publicamente sobre fatos políticos noutros governos, agora fica calado.
Aquela parte elitista da população brasileira, que batia panelas no governo da presidente eleita Dilma Roussef e que segui o patinho inflável da FIESP em manifestações de rua, também se mantém silente, absolutamente silente, numa cumplicidade sem tamanho.
Mas, segmentos pensantes da sociedade brasileira já ingressaram no STF com ações que visam barrar a nomeação de Moreira Franco ao posto de ministro de Estado (clique aqui) (clique aqui).
Resta saber se o STF terá um mínimo de coerência para decidir da mesma forma com que decidiu no caso da nomeação de Lula ao cargo de ministro.
E, se o STF decidir igual àquele outro caso, resta saber se ele terá pulso firme para fazer cumprir a sua decisão, ou se Moreira Franco, assim como Renan Calheiros no caso da decisão que lhe mandou sair da presidência do Senado, também dirá "daqui não saio, daqui ninguém me tira".
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