Natal: precisamos de mais espírito cristão!
Luzes, enfeites, roupas novas, muitos presentes, muita
comida, luxúria extravagante: essa, infelizmente, tem sido a tônica do período
de Natal, quando o capitalismo lança
seus apelos midiáticos e consumistas e nos fazem transformar uma festa cristã
num momento propício ao cometimento mais frequente de vários dos sete pecados
capitais, como a gula, a luxúria, a inveja e a vaidade.
Definitivamente, a imagem comercial do Natal não condiz com a
manjedoura e o estábulo simples em que nasceu o verdadeiro dono da Festa, Jesus
Cristo. Destoa completamente do verdadeiro espírito da Festa.
Num pingo de consciência cristã, lembramo-nos de desejar aos
amigos e familiares um Feliz Natal, com votos de paz, saúde, felicidade. Menos
mal. Essa, na verdade, seria a essência do período natalino, quando deveríamos
celebrar com alegria o Nascimento do Menino Jesus, carregando essa celebração
de todos esses sentimentos nobres.
Agora, num clique, remetemos a todos os contatos das redes
sociais – nem todos são amigos tão de perto – mensagens prontas de Feliz Natal
e Boas Festas, sem efetivamente dizermos, conscientemente, uma só palavra
propriamente nossa, pois apenas passamos adiante mensagens, fotos e vídeos que
já recebemos de alguém ou que colhemos em alguma página da internet.
A propósito, nesses dias senti imensa alegria por receber um
daqueles antigos cartões de Natal, de uma instituição séria, que prezou por
escolher uma mensagem mais pessoalizada e teve o “trabalho” de preencher
manualmente alguns pontos do cartão, tarefa que passei a minha vida de criança
e adolescente fazendo para a minha mãe Maria do Junco, que gostava de enviar tais
cartões a parentes e amigos próximos em cada Natal.
Quando chega dezembro, de repente lembramos, inspirados pela
essência do espírito natalino, mesmo em meio às ideias capitalistas que quebram
a essência do Natal, que podemos sim ter um mundo melhor, com mais amor, mais
harmonia, paz e igualdade entre todos. Ao menos dizemos isso em mensagens eletrônicas
que passamos adiante.
Infelizmente, porém, antes do desmonte dos presépios de Natal
voltamos ao nosso dia-a-dia, em que abundam falta de respeito, falta de amor ao
próximo, indiferença aos problemas alheios, desumanização crescente.
O espírito de Natal se vai rapidamente após a data de
Nascimento de Jesus Cristo, mas aqueles apelos de uma sociedade capitalista
excessivamente consumidora continuaram pelo restinho do ano e pelo ano vindouro,
agora sob os pretextos de “reveillon”, carnaval, Dia das Mães, Páscoa, festas
juninas, Dia dos Pais e assim por diante.
O que pedir então a Deus, e não a Papai Noel, que
historicamente só “entrega presentes” aos filhos de quem tem algum recurso financeiro?
Devemos pedir que, de fato, possamos lembrar o ano inteiro que ser cristão e
celebrar a vida de Jesus Cristo é algo muito maior, que requer doses agudas de
amor, caridade, carinho e respeito ao próximo. E devemos começar isso em
família, pois de nada adiantar pensarmos em mudar o mundo se não resolvermos
primeiro os nossos problemas mais próximos.
Feliz Natal!
Alcimar Antônio de Souza
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