Dunga, apenas um dos
culpados
Um novo vexame foi
protagonizado pela seleção brasileira de futebol, que foi desclassificada na
fase de grupos da Copa América Centenário, realizada nos Estados Unidos da
América.
Ainda na fase de grupos
do torneio, o Brasil empatou sem gols com o Equador (embora tenha sofrido um
gol legal, anulado pela arbitragem), iludiu-se com uma vitória por sete a um
contra a inexpressiva seleção do Haiti e perdeu de um a zero para o frágil
selecionado do Peru.
Há décadas o Brasil nem
perdia para o Peru nem era eliminado na fase de grupos de uma Copa América, realizada
em 2016 em edição extraordinária em razão do aniversário de cem anos da Confederação
Sul-Americana de Futebol – Conmebol.
A eliminação precoce do
mais importante torneio de futebol da América fez cair o enfadonho técnico
Dunga do comando do escrete canarinho, caindo com ele toda a sua equipe de
trabalho, inclusive Gilmar Rinaldi, que deixou de ser o coordenador de seleções
da Confederação Brasileira de Futebol – CBF.
Dunga, certamente, pode
ser apontado como o principal culpado por mais esse fracasso brasileiro dentro
das quatro linhas. Nunca deu padrão de jogo ao time, deixou de fora dele jogadores
de maior habilidade técnica (como o lateral esquerdo Marcelo, do Real Madrid,
por exemplo), não fazia em jogo oficial as tempestivas e necessárias
substituições quando a equipe jogava mal, parecia não ter comando absoluto
sobre os jogadores, somente vencia amistosos contra adversários fracos e
raramente vencia jogos oficiais, deixou o Brasil no sexto lugar de
classificação das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018. Enfim, como
técnico de futebol ainda é uma lástima.
No entanto, Dunga não
pode ser apontado como o único culpado por esse desastroso enredo da seleção brasileira.
Há mais pessoas e instituições com induvidosa culpa por tudo isso, e talvez até
mais grave do que o raivoso Dunga.
O erro para que o nosso
futebol tenha caído em descrédito mundo afora vem de longe. Começa fora do
campo.
Primeiramente, há de se
ter em mente que a Confederação Brasileira de Futebol - CBF é um clube fechado de um grupo que
manda e desmanda há décadas, desde os tempos em que ela era a Confederação
Brasileira do Desporto – CBD.
Responsável por gerir o
futebol brasileiro e a nossa seleção, a CBF vive envolta numa cortina de ferro,
somente vazada quando por outros meios se tem notícia dos escândalos de
corrupção que marcam a entidade. Isso é tão sério que um ex-presidente da
entidade foi preso pela Polícia na Suíça, juntamente com outros cartolas do
futebol mundial, e o seu atual presidente nem viaja ao exterior, por medo de
também ser preso, porque também é citado em escândalos de corrupção que
envolvem não apenas a CBF, mas também a própria Federação Internacional de
Futebol Associação – FIFA.
Essa estrutura arcaica,
conservadora e nada transparente da CBF é a mesma das Federações estaduais
internas que lhe dão corpo, comandadas por grupos tradicionais, formados por
pessoas que, na sua quase totalidade, nunca jogaram uma partida de futebol na
vida, mas que não largam o osso de forma alguma.
São os dirigentes
dessas Federações estaduais que elegem os diretores da CBF, e nesse convívio de
troca de interesses, o que mais interessa são o poder pelo poder, o lucro das
competições e a manutenção de tudo exatamente como está hoje. Futebol de
qualidade, isso não interessa nem à CBF nem às suas filiadas Federações
estaduais.
Os clubes de futebol
também são culpados por nosso momento ruim no maior esporte do País. Eles são
filiados às Federações estaduais e nunca se rebelaram contra estas, exceto um
caso aqui e outro acolá ao longo de décadas. São os representantes dos clubes que
elegem os dirigentes das Federações, que por sua vez elegem os dirigentes da
CBF.
Os clubes não se entendem
nem entre si, pois às vezes seus dirigentes – muitos extremamente amadores –
agem como torcedores e deixam que a rivalidade do campo – própria das torcidas
– motive suas decisões, que deveriam ter como escopo principal o bem do futebol
brasileiro, pois, melhorando este, todos sairão ganhando.
Além disso, os clubes
de futebol do Brasil são, em regra, mal gerenciados, mais das vezes dirigidos
por políticos que querem apenas promoção para suas carreiras, outras vezes
comandados por pessoas que não têm a mínima noção de administração de uma
entidade, outras vezes conduzidos por quem realmente só quer tirar proveito da
situação.
Com raríssimas
exceções, os clubes de futebol brasileiro atrasam o pagamento de salário de
seus atletas e funcionários, têm dívidas com o INSS e a com Receita Federal e
não cumprem várias outras obrigações.
Na ânsia de mostrarem
resultados imediatos às suas exigentes torcidas, fazem verdadeiras loucuras
financeiras, contratando jogadores já rodados mundo afora por valores
astronômicos, absolutamente fora da realidade desses clubes.
Vejamos o caso
exemplificativo do Botafogo, que se afundou em dívidas após pagar por um ano
salários mensais de cerca de setecentos mil reais ao holandês Clarence Seedorf,
e que desde então não dispõe de recursos para montar um time competitivo.
Outros exemplos atuais
mostram o desperdício de dinheiro que se paga a alguns medalhões do futebol,
que nem produzem mais tanto assim dentro de campo. São salários mensais de
quinhentos mil reais, setecentos mil reais, e por aí segue.
Nos clubes, também não
se tem uma continuidade de trabalho. Os treinadores são mudados a cada sequência
de maus resultados e os times são diferentes a cada temporada. Não dá nem tempo
de a torcida se acostumar com um plantel, e no ano seguinte já se tem outro.
Outro culpado pelo
fracasso do nosso futebol e da nossa seleção é o calendário anual elaborado
pela CBF juntamente com as Federações e, de certa forma, com a cumplicidade
silenciosa dos clubes. Como sempre se tem em andamento várias competições
oficiais, aqui se joga invariavelmente duas vezes por semana, muitas vezes
havendo a necessidade de grandes deslocamentos num País que tem dimensões
continentais.
O mesmo calendário
privilegia alguns clubes, dando-lhe a oportunidade de jogar o ano inteiro, em
detrimento de uma enorme maioria, que só tem compromissos oficiais em
praticamente metade do ano.
Esse calendário, de
certa forma, também é imposto pela televisão que compra os direitos de
transmissão das partidas de futebol, principalmente a Rede Globo de Televisão,
que induvidosamente dita as regras do nosso calendário de futebol.
Para atendimento às
exigências da Rede Globo, estádios ficam vazios em jogos realizados perto das dez
horas da noite das quartas-feiras, porque a torcida, composta em sua imensa
maioria por trabalhadores mais simples que acordam cedo para trabalhar –
excetuando-se aí os bandidos que compõem as organizadas -, não tem como fazer
deslocamentos de meia hora ou uma hora, ou até mais, para ir de casa ao estádio
em plena quarta-feira à noite, para depois chegar em casa já na quinta-feira de
madrugada para logo depois ter que sair para trabalhar.
Estádios vazios
significa prejuízo aos clubes, o que contribui para o estado de insolvência de
todos eles.
Os culpados pelo
fracasso do nosso futebol não estão apenas fora das quatro linhas, no campo
burocrático. Dentro de campo ou à beira dele também temos fatos e situações que
nos ajudam a compreender o porquê de o
nosso selecionado nacional ter se tornado um grande fracasso.
Nossos treinadores ou
técnicos de futebol, chamados pelos atletas de professores, não seguem os
exemplos dos professores da sala de aula e não se reciclam. Acham que, por
serem técnicos do futebol brasileiro, não precisam mais renovarem suas lições e
seu pensamento sobre o futebol.
Pedantes, nossos
técnicos de futebol assistem aos vizinhos treinadores argentinos se
consolidarem como grandes treinadores mundo afora. Na última Copa América
realizada no Chile, em 2015, das oito seleções classificadas às
quartas-de-final, cinco tinham argentinos em seus comandos. Na Copa América
Centenário, realizada nos Estados Unidos da América, os argentinos também se
fizeram presentes em grande número no comando de seleções de países diversos,
além do seu, logicamente.
Na Europa, até o
ex-volante argentino Simeone, de estilo retranqueiro, tem conseguido sucesso
dirigindo o Atlético de Madrid. Tem levado este clube relativamente pequeno da
Europa – se comparado aos grandes nomes – a posições importantíssimas, tendo
inclusive participado recentemente de duas finais da Liga dos Campeões da
Europa, certamente o mais importante torneio de futebol de clubes do Velho
Continente.
Levados pelas cifras
surreais do futebol chinês, nossos treinadores foram trabalhar no continente
asiático, num País em que o futebol ainda está longe de ser praticado num nível
ao menos razoável. O homem do sete a um para a Alemanha, Luiz Felipe Scolari, o
multi-campeão brasileiro Wanderley Luxemburgo e o também destacado Mano Menezes
foram dirigir clubes chineses. O detalhe importante é que os três já dirigiram
a seleção brasileira de futebol.
Mas, como resultado do
nosso fracasso técnico no futebol, ao menos dois deles já foram mandados embora
pelos chineses, no caso Mano Menezes e o “pofessor” (assim mesmo, como ele
fala) Wanderley Luxemburgo, que dirigia um time da segunda divisão do futebol
chinês.
Isso significa dizer
que o nível técnico dos treinadores brasileiros está tão ruim que nem a China
quer mais.
Ainda como causa do
nosso fraco desempenho nas quatro linhas temos a falta de investimentos e de
aperfeiçoamento das nossas categorias de base. Nossos clubes já não formam
tantos talentos. As estruturas físicas dos clubes são precárias para os jogadores
da base. O nível técnico, de seu turno, também fica a desejar, pois muitas
vezes vemos jogadores recém-saídos da base que não sabem executar fundamentos
simples do futebol, não havendo mais tempo para um aprendizado consistente
depois que eles se tornam profissionais.
Juntando a falta de
investimentos na base com a crise financeira dos clubes e a desorganização
destes, nos últimos anos o que temos assistido é uma revoada de jogadores
brasileiros para o exterior sem mesmo passarem pelos times profissionais de
seus clubes.
Esses atletas são
vendidos antes de atingirem a maioridade civil e, tão logo completam dezoito
anos vão embora para começarem as suas carreiras profissionais fora do Brasil.
E então são moldados a jogarem um futebol diferente, que não é o nosso. Quando
são convocados para a seleção brasileira, são brasileiros apenas em razão do
nascimento nesse torrão, mas não jogam como jogavam nossos brasileiros de
outrora.
Até o final dos anos
oitenta e início dos anos noventa do século passado, nossos atletas do futebol
somente eram vendidos para a Europa e para outros continentes depois dos vinte e
tantos anos, quando já haviam passado pelas equipes profissionais de seus
clubes e quando já haviam dado a estes muitas alegrias, com vitórias e títulos.
Agora, porém, a força do capital estrangeiro compra nossos atletas ainda na
base. Por sinal, muitos brasileiros dentre os que jogam lá foram são até
desconhecidos do povo brasileiro que gosta de futebol.
A maioria desses
jogadores emigrantes tem como destino a Europa, que tem um futebol muito
competitivo. Outra parcela importante, porém, vai jogar na China, nos Emirados
Árabes e noutros mercados onde o futebol ainda principia e não tem qualquer
competitividade. O pior é que, mesmo assim, muitos dos jogadores que atuam
nesses mercados periféricos são convocados para vestir a camisa da seleção
brasileira, onde o nível técnico exigido deve sempre ser o maior possível. Vêm
por indicação de quem?
Por outro lado, se
antes éramos respeitados por nosso estilo próprio de futebol, de muita arte,
muito talento e muita ofensividade, atualmente nossos técnicos fazem questão de
querer copiar o estilo lá de fora.
Houve uma inversão de
valores, e há quem, noutras terras, queira aplicar um estilo de jogo que antes
nós víamos por aqui. Tomemos como exemplo Josep Guardiola, ou Pep Guardiola,
espanhol que fez sucesso como jogador e que agora brilha como técnico de
futebol. Várias vezes campeão como técnico do Barcelona, da Espanha, e do
Bayern de Munique, da Alemanha, ele agora irá dirigir o Manchester City, da
Inglaterra.
Às suas equipes, Pep Guardiola,
que se rende em elogios ao futebol que o Brasil jogava em décadas passadas, do
século passado, aplica esquemas táticos e estilos de jogo nada convencionais,
sempre inovadores, mas com muito talento, com muita variedade de jogadas e
principalmente com muita ofensividade. Foi assim no Barcelona, foi assim no
Bayern e provavelmente será assim no City.
Se é verdade que Pep
Guardiola muito se inspirou no estilo de jogo implantado por Johan Cruyff,
jogador que comandou o famoso Carrossel Holandês nos anos 70 do século passado
e que também foi vitorioso como treinador do Barcelona, também é verdade que
ele se utiliza de lições do futebol brasileiro do século passado. Essa sua
admiração pelo futebol brasileiro de antigamente já foi declarada publicamente
por Guardiola em várias entrevistas.
Enfim, perdemos a
identidade no futebol. Nosso selecionado nacional é um bando de jogadores
desarrumados em campo sem qualquer brilho, sem qualquer vontade, sem qualquer
comando, sem qualquer referência. Estão ali só por estarem, e nem fazem muita
questão por isso.
Nossos jogadores estão
mais preocupados com as fortunas que lhes pagam os clubes lá de fora, e até
mesmo com a imagem de cada um, e menos preocupados – ou com nenhuma preocupação
– com a seleção brasileira. Já não existe aquele entusiasmo ou aquele orgulho
de ser chamado a vestir a camisa amarelinha.
Riquinhos de vida
feita, nossos atletas do futebol que são chamados à seleção nacional
desconhecem o que um dia foi o futebol brasileiro. Carregam dentro de campo
muito estilo nos cabelos, muitas tatuagens – nada contra quem as usa -, muita
pose, chuteiras coloridas, porém pouco futebol, ou pelo menos pouca vontade de
demonstrarem um bom futebol.
Nosso maior nome na
atualidade, Neymar Júnior, tem muita bossa, arrogância, vaidade excessiva e
pouco futebol pela seleção brasileira. É um craque, sem dúvidas, mas seus maiores
e melhores atributos de jogador estão apenas a serviço do Barcelona, onde ganha
tubos de dinheiro e para quem parece sempre se preservar.
Na verdade, parecem
existir dois Neymar: um do Barcelona, autor de lances e jogadas incríveis, jogador
solidário na marcação e taticamente comprometido; e outro da seleção, que
aparece só para ostentar para o mundo a sua condição de melhor jogador do
Brasil e, sempre que lhe deixam à vontade, para falar asneiras e coisas sem
nexo.
Neymar não faz nem tanta
questão de jogar pela seleção brasileira. Na Copa América do Chile, em 2015,
fez de tudo para ser expulso e assim ficar de fora da competição, pois vinha de
final de temporada na Europa e desejava aproveitar as suas férias. Que se
danasse a seleção nacional.
Noutros jogos oficiais,
Neymar toma cartão com facilidade, até ser suspenso ao menos por um jogo, para
mais uma folga. Agora, na Copa América Centenário, não fez qualquer gestão
junto ao Barcelona para que fosse liberado pelo clube catalão para participar do
torneio.
Em suma, para Neymar, tanto
faz como tanto fez estar ou não jogando pelo Brasil.
Enquanto isso, uma
mídia alucinada, à procura de um ícone, brada aos quatro cantos que Neymar é o
cara, que será o próximo ganhador do prêmio Bola de Ouro da FIFA, que é um
talento excepcional, etc. etc. etc. E isso faz desbordar o ego do jogador,
ainda rotulado por alguns de “menino”, quando já não o é há muito tempo.
Pretenso intocável – a
ideia de intocabilidade pessoal é própria dos arrogantes -, Neymar quis
estender essa “imunidade” aos seus colegas de seleção brasileira. Após a
eliminação vergonhosa na Copa América Centenário, chamou de babacas jornalistas,
cronistas esportivos e os brasileiros que emitissem críticas ao grupo de
jogadores que foi eliminado nos Estados Unidos da América. Ainda bem que o
craque Rivelino respondeu à altura: “Neymar, o babaca é você”.
Esses jogadores atuais
do Brasil devem olhar para o passado, mais distante e mais próximo, para
compreenderem que o selecionado nacional precisa de jogadores com a garra e o
empenho de Pelé, Garrincha, Marinho Chagas, Rivelino, Sócrates, Zico, Falcão,
Romário, Bebeto, Ronaldo Gaúcho, Ronaldo Nazário, Rivaldo, Cafu, Roberto Carlos
e outros, para poderem jogar pelo escrete canarinho.
Se nem todos terão o
talento dos craques do passado, e jamais terão o talento de Pelé e
Garrincha, que pelo menos se doem à seleção brasileira como aqueles fizeram.
Não raramente, jogadores como Romário e Ronaldo Nazário andavam em baixa em
seus clubes mas jogavam muitíssimo bem quando estavam na seleção nacional. Isso
já faz a diferença.
Como se vê, o erro pelos
últimos fracassos da seleção brasileira de futebol não foi só de Dunga. Muitos
erraram, inclusive a CBF errou duas vezes quando primeiro ofereceu o maior
cargo do futebol brasileiro para que ele, Dunga, tentasse aprender ali o ofício
de treinador, dando mais uma oportunidade quatro anos depois para que ele,
Dunga, continuasse seu “estágio” de técnico de futebol justamente à frente da
seleção.
Dunga também errou,
duas vezes, ao aceitar um encargo para o qual não estava preparado.
A CBF também errou ao
nomear Gilmar Rinaldi no cargo de coordenador de seleções. Gilmar, depois que
deixou de ser jogador, passou a agenciar jogadores, ganhando muito dinheiro
como empresário de atletas. A sua nomeação para o cargo não foi bem vista por
ninguém em sã consciência. Foi ato no mínimo imprudente, para não se dizer
outras coisas.
Para que o Brasil volte
a ter um futebol de alto nível, respeitado, muito precisa ser feito. A nomeação
de Tite para o cargo de técnico da seleção é apenas um ponto benéfico dentro do
que precisa ser mudado. Mas ela anda longe de ser a solução para os muitos
problemas do nosso futebol e do futebol da nossa seleção.
Embora nossos clubes não tenham nem onde treinar, por não terem centros de treinamento em sua maioria, hoje temos uma
estrutura de estádios de causar inveja. Mas estádios modernos não ganham jogos.
O Chile não os tem, mas anda jogando um futebol de alto nível, sendo inclusive o
campeão da Copa América de 2015 e o representante da América do Sul na Copa das
Confederações de 2017, que acontecerá na Rússia.
Infelizmente, a mais
eficaz das medidas para que se possa melhorar o futebol brasileiro não
acontecerá, pois, para que tenhamos empenho nas quatro linhas, precisaríamos
ter moralidade absoluta fora dela. Mas isso exige a saída imediata de todos os
cartolas da CBF e das Federações estaduais, todos envolto numa grande nuvem de
escândalos e de manutenção do poder a qualquer custo. Isso não acontecerá!
Sem essa limpeza geral
dentro dos postos de quem comanda nosso futebol, continuaremos com paliativos
para a melhora dele, e já será um lucro enorme se a seleção nacional conseguir
uma vaga para a Copa do Mundo que acontecerá na Rússia em 2018.
Ah, mas não somos uma
vergonha no futebol mundial sozinhos. Nesta Copa América Centenário, o Chile
derrotou o México por sete a zero nas quartas de final. Dois pontos, porém,
merecem destaque: o técnico da equipe, Juan Carlos Osorio, assumiu de pronto a
responsabilidade pelo fracasso e não ficou com evasivas; e, diferentemente do
México, que nunca ganhou uma Copa do Mundo e sequer foi a todas elas, o Brasil
é pentacampeão mundial e é o único país a participar de todas as Copas do Mundo
de futebol.
Alcimar Antônio de Souza
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