A TRISTEZA E O POETA
Tem poeta que para escrever
Ou cantar uma rima ou um repente
Não precisa ser triste nem
contente
É preciso apenas o querer.
Mas têm outros que para assim
fazer,
Expressar sentimento,
alegria,
Ou fazer alguns versos sobre
o dia
É preciso uma dor, desilusão.
A TRISTEZA AO POETA É
COMBUSTÃO
PARA ELE PENSAR EM POESIA.
Tem sambista que apenas se
inspira
Na tristeza que alguém
proporciona
Ou num fato que lhe emociona
Que, de triste, o seu peito até
suspira.
Na tristeza a sua mente mira
Pra compor algum samba de
alegria,
É preciso que a mente em
nostalgia
Lhe ajude a fazer composição.
A TRISTEZA AO POETA É
COMBUSTÃO
PARA ELE PENSAR EM POESIA.
No sertão do Nordeste
brasileiro
Tem poeta que vive da
tristeza,
Pois é ela que cria a beleza
Das rimas que faz o violeiro.
Sem a fama, a pompa e o
dinheiro
De estrelas que brilham em
demasia,
Só existe a dor que lhe
arredia
E ele faz um cordel até no
chão.
A TRISTEZA AO POETA É
COMBUSTÃO
PARA ELE PENSAR EM POESIA.
Deus não quis que o poeta
fosse triste
Nem tampouco vivesse em
sofrimento,
Mas pra ele, o poeta, o
lamento
É a única certeza que existe.
Nessa via de dor que subsiste,
Que espanta de perto a
alegria
Um sorriso que lhe acometia
Já fugiu do seu pobre
coração:
A TRISTEZA AO POETA É
COMBUSTÃO
PARA ELE PENSAR EM POESIA.
Se feliz, o poeta tá parado,
Sua alma se acalma de um
jeito
Que o verso escapole do seu
peito
Se faz verso, ele sai de “pé
quebrado”.
Mas, se triste, é outro o
resultado,
Sua dor e toda melancolia
Lhe empurram o punho, a
grafia
E o trabalho tem toda
perfeição.
A TRISTEZA AO POETA É
COMBUSTÃO
PARA ELE PENSAR EM POESIA.
Alcimar Antônio de Souza
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