Cresce a rejeição a Marina Silva
Crispiniano Neto*
Tereza Cruvinel mata a charada da queda constante de Marina.
Não é só a queda que incomoda; é o aumento da rejeição, à medida que ela expõe
suas ideias retrógradas e contraditórias. O eleitor mais esclarecido e de
postura à esquerda do PT vai se afastando dela, por entender que não pode
trocar o certo pelo duvidoso. E o perfil do seu eleitor vai ficando cada vez
mais à direita. Vejamos Cruvinel:
Na pesquisa Vox Populi divulgada hoje, Marina Silva aparece
com 40% de rejeição, contra 42% de Dilma Rousseff. Um empate técnico na margem
de erro, que sugere grande crescimento da rejeição a Marina. A pesquisa Vox
Populi não permite uma afirmação taxativa neste sentido porque, não tendo
havido outra do mesmo instituto nas semanas anteriores, a comparação torna-se metodologicamente
inadequada. Entretanto, uma comparação com as taxas de rejeição de pesquisas
recentes de outros institutos sugere forte crescimento da rejeição a Marina, a
ser confirmada por novas rodadas.
Na pesquisa Ibope de sete dias atrás, por exemplo, Marina
tinha apenas 12% rejeição, e Dilma 31%, índice quase três vezes maior. No
Datafolha divulgado há seis dias, Marinha apareceu com rejeição de 16%, e Dilma
com o dobro, 32%. Na campanha de Dilma, credita-se este provável aumento da
rejeição à explicitação das contradições e dos pontos frágeis da candidatura de
Marina, levada a cabo por Dilma nos debates e nos programas eleitorais. As
questões que mais teriam pesado para o aumento da rejeição e produzido os
primeiros sinais de que Marina parou de crescer e começou a desinflar seriam,
segundo pesquisa qualitativa realizada para o PT, seu recuo na questão da união
homoafetiva para atender ao pastor Malafaia, a vinculação a Neca Setúbal, do
Banco Itaú, a pouca ênfase no Pré-sal e a proposta de Banco Central
independente.
Todas estas questões foram bem exploradas por Dilma nos
últimos. As últimas pesquisas mostram que a linha da campanha está correta, diz
um dirigente petista, renegando o primeiro ataque a Marina, quando foi
comparada a Collor ou Jânio. O que se vai fazer daqui para frente, diz ele, é
manter o foco nas contradições e nas fragilidades, chamando o eleitorado a
decidir entre o prosseguimento do que foi feito nos governos petistas e a
mudança para um projeto pouco nítido e permeado por indicações de
descontinuidade. Mas é preciso aguardar novas pesquisas, que permitam a
comparação dentro da série de um mesmo instituto, para se ter certeza do
aumento da rejeição a Marina.
*Crispiniano Neto é agrônomo, jornalista, bacharel em Direito,
poeta e escritor.
Fonte: www.crispinianoneto.blogspot.com.br
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