sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Do Blog de Crispiniano Neto

Filiado ao PSB contesta conteúdo do "Marina de Verdade" (Parte II)

Vejamos o que diz sobre a mulher que, de repente, em função de uma tragédia que ceifou a vida do verdadeiro líder da sua sigla, se fez candidata à Presidência da República:

"Candidata Marina Silva, meu nome é Gustavo Castañon. Sou, entre outras coisas, filiado há mais de dez anos ao PSB, partido que hoje a senhora usa para se candidatar, professor na Universidade Federal de Juiz de Fora e um cristão convicto, como acredito que a senhora também seja, do seu jeito. Investida de seu eterno papel de vítima, sua campanha lançou um site na internet chamado “Marina de Verdade” (com V maiúsculo mesmo) para combater supostas “mentiras” espalhadas contra a senhora na internet. Vou aqui responder uma a uma as afirmações de seus marqueteiros no site citado, oferecendo os links de fontes das minhas afirmações."

Ontem, divulgamos nesta coluna, as seis primeiras respostas de Gustavo Castañon a Marina. Para se ter uma ideia de quem se trata, acrescentamos aqui um resumo do currículo do professor Castañon na Plataforma Lattes: Graduado em Psicologia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1998) e em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2006). Mestre em Psicologia Social pela Uerj (2001) e em Lógica e Metafísica pela UFRJ (2009). Doutor em Psicologia pela UFRJ (2006). Atualmente, é professor-adjunto do departamento de Filosofia da Universidade Federal de Juiz de Fora e professor do programa de pós-graduação em Psicologia da mesma instituição. Atua como pesquisador no Núcleo de História e Filosofia da Psicologia (NUHIFIP), UFJF, no Núcleo de Pesquisa em Espiritualidade e Saúde (NUPES), UFJF, e no Centro de Epistemologia e História da Ciência (CEPISHC) do PPGLM, UFRJ. Dedica-se, atualmente, à investigação das diversas correntes alegadamente construtivistas do pensamento contemporâneo e ao problema da lógica da explicação científica, com ênfase na explicação e leis científicas na Psicologia.

Continuemos com as respostas do professor Castañon. Marina, que de repente se tornou candidata do seu partido, o PSB:

Sobre Marcos Feliciano
"Você defendeu, sim, Marcos Feliciano. Você afirmou que ele era perseguido na CDH não por causa de suas posições políticas, mas por ser evangélico. Disse que isso era insuflar o preconceito religioso. Não, candidata. Você está falando de seu companheiro de Assembleia de Deus, um homem processado por estelionato, que pede senha de cartão de crédito de seus fiéis, que defende que os gays são doentes e os descendentes de africanos amaldiçoados. Recentemente, esse homem que você afirma ser vítima do mesmo preconceito que você sofreria, afirmou à revista Veja: “Eu não disse que os africanos são todos amaldiçoados. Até porque o continente africano é grande demais. Não tem só negros. A África do Sul tem brancos”. Ao usar essa estratégia de defesa para ele e para você, você reforça os preconceitos da sociedade e o comportamento de grande parte dos pentecostais de blindar qualquer satanás que clame “Senhor, Senhor” em suas Igrejas."

Sobre os banqueiros na campanha
"Você não é só financiada por banqueiros. Eles coordenam seu programa! Neca Setúbal, herdeira do Itaú, não é só sua doadora como pessoa física. Ela é a coordenadora de seu programa de governo e sua porta-voz, e já declarou que você se comprometeu a dar “independência” (do povo e do governo) ao Banco Central, que fixa os juros que remuneram os rendimentos dela. Da mesma forma, o banqueiro André Lara Resende, um dos responsáveis pelo confisco da poupança na era Collor e assessor especial de FHC, é o formulador de sua política econômica."

Desagregadora
"Você é desagregadora e vilipendia a classe política. Seu governo será o caos. Você é divisionista e maniqueísta e implodiu meu partido em uma semana de candidatura. Vai deixar seus escombros para trás quando chegar ao poder, como sabemos e já anunciou, para delírio daqueles que criminalizam a política. Seu partido é nanico, e se não o criar com distribuição de cargos, continuará nanico. Com a oposição certa do PT, terá que governar com a mídia e os bancos, que cobrarão o apoio com juros. Precisará do PMDB, que você acusa de fisiologismo, e do PSDB e o DEM, que lhe exigirão não só cargos, empresas públicas e ministérios, mas também a volta das privatizações. A única base congressual que lhe será fiel é a bancada evangélica, que cobrará seu preço com sua pauta de controle dos costumes e seu fisiologismo extremo. Resultado, você vai entregar a alguém o trabalho sujo do fisiologismo ou mergulhará o país no caos."

Fonte: Coluna Prosa & Verso, de Crispiniano Neto, publicada no JORNAL DE FATO e na página virtual www.crispinianoneto.blogspot.com.br.

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