Estudante usa o facebook para refletir sobre a realidade social e sobre valores humanos. O Blog publica o texto na íntegra
Às vezes ficamos tão
presos aos nossos problemas, ao nosso ambiente, que esquecemos de notar o que
acontece em nossa volta. De perceber as mazelas da sociedade, as dores e
dificuldades alheias. Nesse momento escrevo com uma angústia encravada em meu
peito, por hoje ter tido a oportunidade de enxergar coisas que estão em toda
parte, talvez não muito visíveis a todo tempo. Mas postas e existentes desde
sempre.
Estava agora a pouco na
parada de ônibus, a de costume. Quando eu vi primeiramente um homem, sujo, maltratado
pelo sol e pela vida. Ele carregava algo que não sei explicar, parecia um
arranjo, uma junção de lixo e plantas, as quais desconheço. Esse
"entulho" parecia algo que ele mesmo formara. Ainda ao observar,
percebi que seu pulso era deslocado, ou quebrado (não entendo muito bem).
Fiquei a imaginar o que pode ter ocorrido com aquele senhor? Que dificuldades
da vida ele terá sofrido? Não sei das respostas, porém sei que foram muitas,
pois seu olhar era triste. Seu corpo espelhava sofrimento e muito descaso.
Ainda na parada me
deparei com cena ainda mais deplorável, sinto como se meu coração chorasse
neste momento. Lágrimas internas, que sinceramente me doem muito. Uma mulher,
também muito suja, porém o que me chamou a atenção foi sua dificuldade de andar
e seu desespero. Ela estava com as pernas inchadas e roxas, como se fossem
alguma doença, ou uma infecção que tomara de conta de suas pernas. Havia sangue
escorrendo.
Essa senhora acenou para o ônibus, ao subir ficou na toleta, pediu para que
alguém pagasse sua passagem, o motorista pediu para que ela fosse a porta
traseira. Ela desceu, mas o motorista não abriu a porta e foi embora. Ela já
descera do ônibus chorando e ao ver que o motorista a enganou, chorou,
resmungou e saiu andando como quem estava sem rumo.
Por mais que eu tente
descrever esses acontecidos, vocês que lêem esse desabafo não tem a verdadeira
noção da imagem que vi. Gente essa mulher estava em total estado de miséria,
sem nenhum estímulo de vida, nunha vida desumana.
Aí eu me lembrei das
tantas vezes que ouvi pessoas criticarem os programas sociais (as popularizadas
bolsas) do governo. Eu não preciso nem explicar quais são as críticas, pois
acredito que todos já ouviram alguém reclamando. E tenho certeza que essas
pessoas que reclamaram têm casa, comida, trabalho e ou oportunidades. Não, eu
não estou querendo discutir política, meu objetivo é outro. Mas não há como não
ligar uma coisa a outra. Pois eu imagino que se nosso índice de população
miserável está menor agora. Eu me pergunto quantas outras mais pessoas estiveram
ou estariam em situação parecida.
Vocês devem estar se
perguntado qual foi o meu objetivo então? Eu explico, além de retratar, eu quero abrir os seus olhos, tocar em seu
coração, nem que seja por um segundo, demonstrar o quanto tu já reclamou de
coisas fúteis, já se achou injustiçada, sofrida e desamparada. Lembrar que você
esqueceu que existem pessoas em situações muito piores, no fundo do poço, sem
chance alguma de se erguer.
Por tudo, eu faço um
apelo a você, para que agradeça o que você tem nesse momento, peça perdão a
Deus por todos os pensamentos e palavras egoístas e individualistas. E se não
acreditas em Deus, peça perdão a si mesmo e apenas reflita.
Obrigada meu Deus, por
todas as oportunidades que tem me dado. E peço ao senhor tenha piedade e
compaixão pelos que sofrem.
Larícia Rocha
Fonte: www.facebook.com
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